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    Brasília bate recorde de maior seca da história após “VAR da chuva”

    Inmet não contabiliza as precipitações do último sábado (28) e afirma que capital federal completa 164 dias sem chuvas nesta sexta (4)

    Gabriela Boechatda CNN

    Apesar do registro de chuvas isoladas em algumas localidades do Distrito Federal, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) afirma que a cidade de Brasília completa nesta sexta-feira (4) 164 dias sem precipitação e atinge o recorde de seca mais longa da história da capital.

    A estiagem teria ultrapassado o recorde de 163 dias sem chuvas, que ocorreu em 1963, três anos após a capital federal ter sido inaugurada.

    No último sábado (28), moradores de algumas regiões administrativas do DF, como de Samambaia, de Ceilândia e do Sol Nascente, registraram a volta de chuvas leves.

    No entanto, uma precipitação só é considerada pelo Inmet quando registrada em alguma das cinco estações do instituto, localizadas nas seguintes regiões: Águas Emendadas de Planaltina, Setor Sudoeste, Brasnorte, Gama e Paranoá.

    Como não houve chuvas em nenhuma dessas localizações, o instituto não considerou que houve fim da estiagem.

    De acordo com a meteorologista do ClimaTempo Andrea Ramos, há previsão de mais chuvas isoladas pelo DF nesta primeira semana de outubro e, a partir do dia 10, a precipitação tende a se tornar mais uniforme e atingir boa parte da região centro-oeste.

    Andrea explica que a seca prolongada deste ano se deu pela chegada antecipada de um fenômeno conhecido como anticiclone.

    O anticiclone, que é uma área de alta pressão, é comum no inverno brasileiro e chega a boa parte do país a partir de junho. Ele é caracterizado por uma massa de ar quente e seca que dificulta a formação de nuvens carregadas.

    Neste ano, o fenômeno começou em abril, impedindo as chuvas desde aquele mês e prolongando a seca.

    Segundo Andrea, estiagens prolongadas serão cada vez mais comuns em razão de uma emergência climática e do aumento da temperatura média gradual.

    “Isso é realmente uma tendência que vamos enfrentar. Está ocorrendo o aumento de eventos extremos, isso é fato. Não tem como mudarmos esse padrão que estamos observando. É o novo normal que estamos vivenciando”, afirma a meteorologista.

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