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    Pesquisa: 61% das famílias preferem escolas com inteligência emocional

    Inteligência emocional na escola é a capacidade de reconhecer, compreender e gerir as emoções próprias e as dos outros

    Elijonas Maiada CNN , Brasília

    Você sabe o que é inteligência emocional nas escolas? E que esse termo está sendo discutido cada vez mais entre famílias e a comunidade escolar?

    Uma pesquisa global realizada entre 2022 e 2023, divulgada nesta semana pelo Center for Education, dos Estados Unidos, revelou o desejo dessa matéria no ambiente educacional para crianças e adolescentes.

    O estudo cita “Seis lições globais sobre como o engajamento familiar, escolar e comunitário pode transformar a educação”.

    Ao todo, 16 países participaram do estudo: Brasil, Austrália, Bangladesh, Gana, Hungria, Cazaquistão, Quênia, Serra Leoa, África do Sul, Holanda, Colômbia, Índia, Tanzânia, Uganda, Inglaterra e Estados Unidos.

    Com a participação de 9.473 famílias, 2.726 educadores e 9.963 estudantes, a pesquisa apontou a urgência de uma parceria mais sólida entre família, escola e comunidade. No Brasil, com o apoio da consultoria Vozes da Educação, foram entrevistados 1.001 participantes, entre famílias e educadores do ensino fundamental.

    No Brasil, ficou constatado que 53% das famílias acreditam que o papel das escolas é preparar os estudantes para o ensino superior. No entanto, 61% valorizam a aprendizagem socioemocional no ambiente escolar

    A inteligência emocional na escola é a capacidade de reconhecer, compreender e gerir as emoções próprias e as dos outros. É uma habilidade fundamental para o desenvolvimento pessoal e profissional dos alunos.

    • A pesquisa aponta que no Brasil, quando as famílias são perguntadas sobre o principal objetivo da escola:
    • 53,2% das famílias acreditam que é preparar o estudante para o ensino superior;
    • 24,4% apontam o desenvolvimento socioemocional;
    • 16,6% defendem a formação cidadã;
    • 5,8% destacam o desenvolvimento de habilidades para o mercado de trabalho.

    Entre os educadores, outro ponto de vista:

    • 45,2% acreditam que o objetivo é formar cidadãos;
    • 37,4% valorizam a formação socioemocional;
    • 15,1% priorizam a formação acadêmica;
    • 2,3% entendem ser o mercado de trabalho.

    As famílias ficam mais satisfeitas quando:

    •  61,2% das famílias disseram preferir a aprendizagem socioemocional;
    • 30,6% valorizam a educação acadêmica;
    • 7,2% preferem uma educação orientada ao mercado de trabalho;

    Para Fabiana Sena, especialista em educação, autora de livros didáticos e diretora de rede de ensino particular, o estudo reafirma a importância de uma educação holística e integrada. “Não há mais espaço para separar alta performance acadêmica e educação para a vida. As escolas precisam estar comprometidas com princípios e valores que preparem os estudantes tanto para os desafios do mundo quanto para as relações humanas”, avalia.

    A educadora afirma também que levantamentos como esse são importantes para a discussão sobre os caminhos da educação, pois fornecem uma base sólida para entender as demandas e expectativas das famílias e educadores.

    A CNN conversou com Jayene Nascimento, empreendedora e mãe de um menino de 3 anos, que está no segundo ano dele na escola, para repercutir a pesquisa.

    Na avaliação dela, ensinar inteligência emocional nas escolas é de suma importância. “Sim, é importantíssimo a preparação para o ensino superior. Porém, o meu objetivo colocando meu filho tão cedo na escola foi, com certeza, buscar essa evolução, tanto no desenvolvimento social, quanto emocional dele.”

    “E é nítido o quanto ele evoluiu nesse quesito, era uma criança extremamente insegura e apegada, o que geralmente é esperado para a idade, mas que com o acolhimento da equipe, das professoras conseguimos alcançar esse objetivo. Hoje, ele se sente muito mais seguro. Tiro essa conclusão não por ele expressar verbalmente, mas porque vemos diariamente a evolução dele”, comenta a mãe.

    Perfil das famílias entrevistadas na pesquisa:

    • 17,6% possuem ensino fundamental ou inferior;
    • 44,1% completaram o ensino médio;
    • 38,3% têm formação pós-ensino médio.

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