Brasileiros ligados ao PCC são acusados por tráfico de armas nos EUA
Investigação revelou que os suspeitos atuavam em diversas comunidades de Massachusetts; a maioria estava em situação irregular no país
O Gabinete do Procurador do Distrito de Massachusetts, nos EUA, anunciou na semana passada os resultados de uma investigação federal que durou um ano e que desvendou um esquema de vendas ilegais de armas de fogo e distribuição de fentanil, droga 50 vezes mais potente que a heroína.
Segundo os documentos de acusação, 18 cidadãos brasileiros, a maioria em situação irregular no país, foram apontados por sua participação no tráfico de armas.
A investigação revelou que os suspeitos atuavam em diversas áreas de Massachusetts, comercializando uma variedade de armas — entre elas revólveres, rifles, rifles de cano curto e espingardas —, que teriam sido traficadas principalmente de áreas na Flórida e Carolina do Sul para Massachusetts.
De acordo com os autos, algumas dessas armas estavam associadas a atividades de gangues, incluindo a participação de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e de grupos locais, como a “Tropa de Sete” e a “Trem Bala”.
Além do tráfico de armamentos, os réus também estariam envolvidos na distribuição de fentanil.
Lista dos brasileiros acusados:
- Guilherme Fernandes Tavares, 31, ilegal, residia em Marlborough, acusado de se envolver no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Lucas Henrique Moreira De Paiva, 22, ilegal, residia em Malden, Weymouth e Chelsea, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Victor Eduardo Santos De Souza, 21, ilegal, residia em Framingham e Revere, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Rafaell Martins Ferreira, 27, ilegal, residia em Boston, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Riquelme Henrique De Aguilar Ferreira, 21, ilegal, residia em Framingham e Revere, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Lucas Ferreira-Da Silva, 27, de Malden, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Floriano De Souza, 50, ilegal, residia em Yarmouth, acusado de conspiração para envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Israel Yurisson Dos Santos, 24, ilegal, residia em Marlborough, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Alason Ferreira-Peixoto, 22, de West Yarmouth, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Gideoni De Oliveira Moutinho, 32, ilegal, residia em Malden, Weymouth e Chelsea, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Lucas Nascimento-Siva, 27, de West Yarmouth, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Vanderson Rocha Oliveira, 31, ilegal, residia em Boston, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Joao Vitor Dos Santos Goncalves Pimenta, 20, ilegal, residia em Malden, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Talles Provette De Faria, 34, de Barnstable e Plymouth, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença e distribuição de fentanil;
- Patrick Rodrigues De Oliveira, 34, de Framingham, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Marcos Paulo Silva, 24, ilegal, residia em Boston, acusado de envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença;
- Joao Victor Da Silva Soares, 21, de Everett, acusado de conspiração para envolvimento no negócio de tráfico de armas de fogo sem licença; e
- Kessi Jhonny Firmino Sales, 23, ilegal, residia em West Yarmouth, acusado de uma acusação de posse ilegal de arma de fogo por um estrangeiro ilegal.
Em nota, a procuradora dos EUA, Leah B. Foley, afirmou:
“Conforme alegado, esses réus — a maioria dos quais não tem status legal nos Estados Unidos — desempenharam um papel em trazer armas mortais para Massachusetts, alguns como traficantes e outros como possuidores ilegais. Esse tipo de ilegalidade alimenta o crime violento e fortalece organizações criminosas transnacionais que lucram com o caos e o medo. Isso coloca vidas americanas em risco.”
As acusações fazem parte da operação “Take Back America”, que visa combater o tráfico ilegal de armas e entorpecentes no país.
A investigação segue em andamento para identificar eventuais cúmplices e ampliar o rol de vítimas e danos causados pelo esquema criminoso.
*Sob supervisão