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    Brasil vende imagem de país acolhedor, mas há xenofobia, diz especialista

    À CNN Rádio, Marcia Ponce, da Cáritas Paraná, afirmou que redes sociais intensificaram reações racistas e preconceituosas contra migrantes e refugiados

    Amanda GarciaLetícia BritoLetícia Vidicada CNN

    Em entrevista à CNN Rádio, no quadro CNN no Plural, a secretária regional da Cáritas Paraná, Marcia Ponce, relatou que reações racistas e preconceituosas contra a população migrante e refugiada “são uma realidade cotidiana” no trabalho da organização de acolhida.

    “Temos percebido movimentos xenofóbicos bem intensos pelo mundo, em situação de guerras e conflitos, além de perseguições por raça e etnias”, explicou.

    Na avaliação de Ponce, há perda da humanização do trato com essas pessoas: “O Brasil vendeu a imagem de país acolhedor, que tem portas abertas, mas não é bem assim, é seletivo”.

    Marcia Ponce usou como exemplo a chegada de ucranianos vindos da guerra: “A gente vê grande acolhida para a população que vem da Ucrânia, há um acolhimento para sociedades em que há a percepção de que são intelectualmente ou economicamente superiores a nós”.

    “Quando entendemos que um país é inferior, há movimento xenofóbico mais intenso”, completou.

    O grande desafio, segundo a especialista, é “dar rosto a essas histórias para quem chega, já que somos um país constituído por migrações, italianos, espanhóis, de tantas etnias e raças”.

    O processo de xenofobia, continua Ponce, foi “intensificado pela globalização e redes sociais”: “Elas deixaram transparecer essas expressões xenofóbicas, precisamos pensar como promover o processo de sensibilização a esse movimento migratório”.

    Outra questão importante é “fortalecer os canais de denúncia” contra atitudes xenofóbicas: “Precisamos monitorar enquanto sociedade, impossível aceitar isso nos tempos de hoje”.

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