Brasil ultrapassa Rússia e se torna país com 3° maior número de mulheres presas
Número de encarceradas ultrapassou 42 mil, atrás apenas dos Estado Unidos, com 211 mil, e China, com 145 mil
O Brasil é o país com a terceira maior população feminina encarcerada no mundo, de acordo com um levantamento divulgado recentemente pelo World Female Imprisonment List.
Com 42.694 mulheres e meninas presas em regime provisório ou condenadas, o país ultrapassou a Rússia, que tem 39.120 encarceradas. Em segundo lugar está a China, com 145 mil; os Estados Unidos lideram a lista de maior população feminina presa, com 211.375.
Apesar de ocupar a terceira posição do ranking em 2022, a população carcerária feminina brasileira teve redução de 4,49% em comparação ao índice de 2017. Do total deste ano, 62% são mulheres negras, de acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública do país.
No ranking dos países que mais encarceram meninas e mulheres desde os anos 2000, o Brasil lidera na América do Sul, tendo aumentado em quatro vezes o número de brasileiras presas no período. A Colômbia está em segundo lugar na região, com 6.746 presas.
Enquanto isso, o mundo registrou aumento de 60% de população carcerária feminina, chegando a 740 mil mulheres e meninas, ainda de acordo com o levantamento, que está na quinta edição.
A pesquisa foi feita a partir de uma coleta realizada em 221 prisões de todo o mundo, incluindo tanto as detidas provisoriamente como as que foram condenadas e sentenciadas. A lista de estudos é feita pelo Birkbeck College, no Reino Unido, com o objetivo de apresentar tendências do encarceramento feminino em países, regiões e continente.
Além do Brasil, o número de mulheres e meninas na prisão aumentou de forma particularmente acentuada no Camboja, Indonésia, El Salvador e Guatemala. Ainda conforme os dados do levantamento, elas representam 6,9% da população carcerária global.
Crescimento da população carcerária feminina no Brasil:
- 2000: 10,112 mulheres e meninas
- 2005: 20,264 mulheres e meninas
- 2010: 34,807 mulheres e meninas
- 2014: 36,495 mulheres e meninas
- 2017: 44,700 mulheres e meninas
- 2022:42,694 mulheres e meninas
*sob supervisão de Giulia Alecrim, da CNN