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    Brasil é violentamente racista e sociedade tem que dar resposta, diz especialista

    À CNN Rádio, Jurema Werneck, diretora da Anistia Internacional Brasil, afirmou que pessoas negras lideram todas as estatísticas de morte no país

    Amanda GarciaTalita Amaralda CNN , em São Paulo

    “O Brasil segue sendo violentamente racista”. Esta é a avaliação de Jurema Werneck, diretora da Anistia Internacional Brasil, em entrevista à CNN Rádio, no quadro CNN No Plural, nesta quarta-feira (15).

    Dados de um estudo do Instituto Sou da Paz apontaram que crianças e adolescentes negras de até 14 anos, morrem 3,6 vezes mais por armas de fogo do que crianças brancas.

    O levantamento revela ainda que 78% das vítimas fatais por agressão com arma de fogo são negras.

    “O preconceito brasileiro é amparado na cor da pele, negros lideram qualquer estatística de morte, seja por violência do cotidiano, policial, por Covid-19 ou qualquer outra causa evitável, esse é o dado”, explicou Jurema.

    De acordo com ela, o estado brasileiro, contemplado por governantes, legisladores e sistema de Justiça, não atua contra essas estatísticas, e “quando faz, faz mal feito.”

    Jurema Werneck acredita que o “problema é complexo”, mas três frentes podem ajudar a sociedade a dar o primeiro passo na direção correta.

    O primeiro é salvar vidas. “Crianças, adolescentes e adultos precisam sair da mira. O que precisa ser feito é impedir que armas e munições estejam no alcance daqueles que produzem violência.”

    Outro fator é a garantia de uma vida digna, evitando a fome e garantindo auxílio financeiro.

    Por último, “é a virada de chave da sociedade”: “A maioria da população se incomoda com a situação dos assassinatos, mas precisamos convencer essas pessoas a fazer alguma coisa e sair da letargia.”

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