Bolsonaro diz esperar que, com Fux, STF possa rediscutir poderes para reabertura
Em abril, o STF decidiu que estados e municípios, assim como o governo federal, têm poder para adotar medidas de combate à pandemia de Covid-19
No dia em que o Brasil atingiu 2 milhões de casos confirmados da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse esperar que o STF (Supremo Tribunal Federal) “seja sensível” a retomar o debate sobre a autonomia a estados e municípios para medidas de combate à Covid-19. Bolsonaro disse esperar que o assunto volte à pauta quando o ministro Luiz Fux assumir o comando da Corte, em setembro.
“Agora, o Supremo Tribunal Federal; muda aí o presidente do Supremo — não quero aqui culpar o Dias Toffoli [atual presidente do STF] por isso, mas temos um novo presidente, que é o ministro [Luiz] Fux, que assume em setembro. Talvez com o novo ministro [na presidência da Corte], possamos rediscutir esse assunto. E espero que o Supremo seja sensível à discussão”, disse. “E eu, particularmente, achei que foi um exagero nos alijar completamente dessas questões de lockdown.”
Em abril, por unanimidade, o STF decidiu que estados e municípios, assim como o governo federal, têm poder para adotar medidas de restrição de locomoção durante a pandemia do novo coronavírus. O governo federal queria garantir poderes para derrubar as iniciativas locais.
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O presidente voltou a responsabilizar prefeitos e governadores pelas medidas tomadas no enfrentamento à pandemia e a ressaltar a importância da reabertura para a recuperação da economia.
“Mais cedo ou mais tarde, vai chegar [o vírus]. Não entre em pânico, a vida continua”, disse.
Bolsonaro também criticou a condução do enfrentamento da pandemia pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
“Lembram do ministro Mandetta, dizendo que caminhões do governo vão colher corpos na rua, semeando pânico e a imprensa apoiando”, disse. “Em vários estados está sobrando leito, então tem que começar a abrir”.
O presidente voltou a exibir a caixa de comprimidos de hidroxicloroquina e fez nova defesa do medicamento contra a Covid-19. “Não tem comprovação científica, nem que tem, nem que não tem [eficácia]”, disse. “Por que negar? Não tem outra alternativa. Quantas mortes poderiam ter sido evitadas?”.