CNN Líderes: Banco XP vai estar completo até o fim do ano, diz Benchimol
"A concorrência vai crescer e quem mais vai sofrer nos próximos anos serão os bancos", diz CEO da XP ao CNN Líderes
Conhecida pela concorrência com os “bancões”, a XP Inc está fazendos os últimos ajustes no seu próprio banco. O cartão de crédito vai ser lançado em setembro e, até o final do ano todas, as operações da nova instituição financeira estarão funcionando a todo vapor.
A informação é de Guilherme Benchimol, CEO e fundador da XP, em entrevista exclusiva ao CNN Líderes. “Estruturalmente éramos uma corretora e nossos clientes acabavam não tendo uma operação completa. A visão agora é termos um banco para fidelizar o cliente e verticalizar a sua relação conosco. O fato de ter um banco não vai mudar o nosso DNA”, disse.
Com autorização do Banco Central para funcionar desde outubro de 2019, o Banco XP já atua, mas ainda de forma tímida. A companhia contratou recentemente José Berenguer, ex-JPMorgan, para comandar o banco e fortalecer a operação de atacado. O executivo cumpre quarentena e deve começar em breve.
Benchimol comentou o expressivo aumento no lucro da XP em plena pandemia e respondeu as críticas de que as aplicações da corretora geram melhor resultado para a empresa e para seus parceiros do que para os clientes.
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“Críticas são muito bem vindas. Nosso principal indicador na empresa mostra que nossos clientes estão muito satisfeitos. Conseguimos deixar nosso cliente mais satisfeito do que se tivesse comprado um Iphone”, afirmou.
Ele também admitiu o assédio dos concorrentes por seus agentes autônomos – um modelo criado pela XP de utilização de parceiros para conquistar clientes. “A concorrência vai crescer e quem mais vai sofrer nos próximos anos serão os bancos. Mas precisamos manter a humildade, o pé no chão e aprender como os concorrentes estão agindo”, disse.
Benchimol contou ainda sobre construção da Vila XP, a nova sede que a empresa pretende construir em São Roque, interior de São Paulo, inspirada na sede da Apple em Cupertino, na Califórnia. A pandemia do novo coronavírus acelerou os planos da empresa para o trabalho remoto.
“Não acreditamos mais no formato antigo, no qual as pessoas respeitam o horário comercial batendo ponto. É um caminho sem volta”, disse Benchimol. “Menos de 10% do nosso pessoal vai precisar estar nos escritórios quando tudo voltar ao normal”.