Bailarino e coreógrafo Ismael Ivo morre aos 66 anos
Ismael Ivo foi o primeiro bailarino negro a dirigir o Balé da Cidade de São Paulo
O bailarino, coreógrafo, curador e diretor de balé Ismael Ivo morreu na noite da última quinta-feira (8) em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês e, embora não haja confirmação oficial sobre a causa, amigos citam complicações da covid-19, ao lamentar a morte do bailarino nas redes sociais.
Nascido na periferia da cidade de São Paulo, no bairro da Vila Ema, na zona Leste, Ivo deixou o Brasil nos anos 1980 para representar o balé brasileiro em importantes circuitos da dança ao redor do mundo. Ele foi responsável pela criação do Festival ImpulsTanz, na Áustria, e dedicou boa parte da carreira ao trabalho como diretor do Teatro Nacional Alemão e do festival de dança da Bienal de Veneza, na Itália.
Ismael Ivo voltou ao Brasil há três anos para dirigir o Balé da Cidade de São Paulo, do Theatro Municipal, cargo que ocupou entre 2017 e 2020 – e foi o primeiro negro a chefiar a companhia. Em nota oficial, a instituição lamentou a morte do bailarino. “Expressamos nossos sinceros sentimentos aos familiares, amigos, admiradores e todo o setor cultural. Seu legado será sempre lembrado por todos nós”, diz o comunicado.
A morte do artista repercutiu no meio artístico e entre autoridades públicas. O rapper emicida usou as redes sociais para lamentar a morte do bailarino, a quem chamou de “um destruidor de barreiras em toda a sua trajetória”. Alguns políticos, como Eduardo Suplicy (PT), Orlando Silva (PCdoB) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também se manifestaram sobre a morte de Ivo.
“O Brasil perdeu hoje Ismael Ivo, um dos maiores coreógrafos contemporâneos. Ismael foi diretor da Bienal de Veneza, do Balé da Cidade, e o primeiro estrangeiro a dirigir o Teatro Nacional Alemão. Era um amigo querido. Muito triste. Minha solidariedade aos familiares”, disse João Doria.
(Com informações da Agência Brasil)