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    Autoridades do Rio se reúnem para avaliar medidas para Réveillon e Carnaval

    Encontro está marcado para a próxima segunda-feira (29); MP e Defensoria pedem reavaliação de critérios sanitários para liberar eventos

    Ana Lícia Soaresda CNN , Rio de Janeiro

    Na próxima segunda-feira (29), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio se reúne com os especialistas do Comitê Científico de enfrentamento à Covid-19 para analisar a situação epidemiológica da cidade e debater os critérios sanitários adotados para liberar as festas de fim de ano e carnaval na capital.

    A reavaliação acontece após pedidos do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e da Defensoria Pública, no último dia 19. Os órgãos também pediram que a prefeitura revogue oficialmente o decreto que libera o uso de máscaras nas academias.

    Na prática a decisão não está valendo. No combate à pandemia da Covid-19 prevalece a medida mais restritiva e, neste momento, a Secretaria de Estado de Saúde obriga o uso de máscaras em ambientes fechados.

    À CNN, o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, disse que a procuradoria também avalia essa revogação.

    Durante o 11° Congresso Brasileiro de Epidemiologia, a diretora-Geral Assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Simão, disse que o coronavírus tende a continuar circulando entre as populações vulnerabilizadas, sobretudo aquelas com pouca ou nenhuma cobertura vacinal.

    “O carnaval que se aproxima no Brasil, por exemplo, é um contexto preocupante, já que a festa popular significa condição propícia para aumento da transmissão comunitária. Há o entendimento de que mesmo que a gente vacine 100% das pessoas, de todas as idades, é improvável que haja imunidade coletiva por vacina, mesmo com as mais efetivas”, disse ela.

    “A vacina em si não tem impacto significativo na transmissão, mas diminui a severidade da doença e a mortalidade. A OMS acredita na probabilidade da transmissão continuada desse vírus, por causa das variantes”, concluiu a diretora.

    Daniel Soranz, no entanto, diz que não há motivos para preocupação ou para impor medidas restritivas na cidade. “O Rio de Janeiro já alcançou, há 15 semanas, a redução do número de internações, casos e óbitos por Covid-19. Atualmente, 0,5% dos leitos estão ocupados com pacientes com Covid-19”.

    O secretário também destacou o avanço da imunização. “99,8% da população, com 12 anos ou mais, está vacinada com a primeira dose ou dose única. Cobertura vacinal muito acima da maioria do mundo. A Procuradoria do Município vai avaliar se muda ou não o decreto. Não faz sentido impor medida restritiva”, afirma.

    Carnaval RIo de Janeiro
    Carnaval de Copacabana em 2018 / Marco Antônio Teixeira/Riotur

    Cobrança de passaporte da vacina para estrangeiros

    Na última sexta-feira (19), Soranz disse que o Ministério da Saúde estava avaliando a possibilidade de o Rio adotar o “passaporte vacinal” para estrangeiros.

    À CNN, nesta quarta (24), ele informou que, até o momento, o Rio cobra o comprovante de vacinação para turistas que chegam por via marítima.

    “A Anvisa já definiu que os turistas que chegam de cruzeiro deverão apresentar o passaporte vacinal, mas neste momento não há medida restritiva. Não faz sentido impor medida restritiva”, avalia.

    A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa) debate a possibilidade de exigir o passaporte da vacina para os desfiles do Carnaval na Sapucaí. Atualmente, a maioria das agremiações tem cobrado a comprovação da vacina para os ensaios nas quadras.

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