Audiências do julgamento dos assassinatos de Bruno e Dom são retomadas
São julgados os três acusados de envolvimento no caso: Amarildo da Costa de Oliveira, Osney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima
As audiências no julgamento do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips foram retomadas nesta terça-feira (11). Segundo o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no Amazonas, devem ser ouvidas quatro testemunhas.
São julgados os três acusados de envolvimento no caso: Amarildo da Costa de Oliveira, Osney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima. Amarildo era conhecido como “Pelado”, enquanto Oseney era apelidado de “Dos Santos” e Jefferson como “Pelado da Dinha”.
Os três estão presos e se tornaram réus na justiça em 22 de julho de 2022, pelos crimes de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Os homens foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por participação nas mortes.
No processo, constam a participação de 15 testemunhas nas oitivas.
Essa é a terceira vez que as audiências são marcadas para ocorrer. Originalmente estavam programadas para janeiro deste ano, mas foram adiadas para março. No dia 22 de março, o juiz federal Fabiano Verli argumentou que, por conta dos “problemas de internet, por parte dos presídios federais”, foi feito um despacho para as novas audiências.
Por conta dos problemas técnicos, o juiz determinou a retomada para 24 de março e, depois, para 11 de abril, às 8h.
No auto da audiência de 24 de março, foi informado que duas testemunhas foram ouvidas. Ainda segundo o documento assinado pelo juiz, foi designada a audiência de instrução para às 8h de 17 de abril, “para o interrogatório dos réus e eventual oitiva de alguma testemunha”.
Em decisão recente, feita em 4 de abril deste ano, o juiz também marcou para o dia 8 de maio a continuação da audiência de instrução e julgamento.
Sobre o caso
O indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips desapareceram em junho de 2022, na região do Vale do Javari, no Amazonas.
Após dias de buscas, os corpos foram encontrados no dia 15 de junho e depois identificados, nos dias 17 e 18. De acordo com a perícia realizada, Bruno e Dom foram assassinados com armas de caça.
Após as reconstituições e investigações do caso, a Polícia Federal afirmou que o traficante Rubens Villar, conhecido como “Colômbia”, foi o mandante dos assassinatos.
Pelas mortes do indigenista e do jornalista, foram indiciados Amarildo, Jefferson e Oseney, após denúncia do Ministério Público Federal (MPF), em junho de 2022, e que agora segue na justiça.
Segundo a denúncia do MPF, Amarildo e Jefferson confessaram o crime, enquanto depoimentos das testemunhas confirmaram a participação de Oseney.
“Com vontade e consciência dos fatos, mataram, por motivo fútil, mediante emboscada e recurso que dificultou a defesa do ofendido”, consta a denúncia. Ainda segundo o documento, Bruno Pereira teria abordado Amarildo, o “Pelado”, por pesca ilegal dentro de território indígena.
“Os elementos colhidos no curso das apurações apontam que, de fato, o homicídio de Bruno teria correlação com suas atividades em defesa da coletividade indígena. Dominic, por sua vez, foi executado para garantir a ocultação e impunidade do crime cometido contra Bruno”, escreveu o órgão.