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    Atleta da USP acusa aluno do Mackenzie de homofobia durante jogos universitários

    Caso ocorreu em jogo de vôlei durante Jogos Universitários de Comunicação e Artes em Boituva

    Dayres VitoriaVictor Locatelida CNN*Rafael Saldanhada CNN

    Um atleta da Universidade de São Paulo (USP) acusou um torcedor da Universidade Presbiteriana Mackenzie de cometer homofobia durante um jogo de vôlei em Boituva, interior de São Paulo, em 1° de junho.

    O caso teria ocorrido durante uma partida pela semifinal de vôlei masculino dos Jogos Universitários de Comunicação e Artes (JUCA), que aconteceram durante o feriado de Corpus Christi, entre os dias 30 de maio a 2 de junho. 

    A equipe de vôlei masculino, Pholley, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), em nota de repúdio, denunciou o ocorrido por meio das redes sociais. 

    Xingamentos durante a partida

    “No dia 1º de junho de 2024, em Boituva, aconteceu a semifinal do vôlei masculina ECA x Comunicação Mackenzie pelo JUCA. Neste dia, um torcedor do Mackenzie proferiu palavras ofensivas de forma direcionada, sobretudo, homofóbicas para um dos atletas do nosso time. ‘Cuz*o, viad*, arromb*do’ foram alguns dos xingamentos proferidos.”, comunicou o time esportivo  da ECA-USP em carta aberta nas redes.

    Segundo a Pholley, as ofensas eram proferidas, principalmente, no momento do saque, quando o jogador vítima das agressões verbais se aproximava da arquibancada ao decorrer da partida. 

    De acordo com a atlética uspiana, o torcedor agressor estaria ao lado do vice-presidente da atlética do Mackenzie. Durante o correr do jogo, ainda segundo a Pholley,  ambos se mantinham próximos e teriam se cumprimentado no início da partida. 

    Ao perceber as ofensas, a vítima teria  tentado informar o representante da torcida rival das injúrias sofridas, mas ele teria se mantido isento e não ajudado. Somente após um dos capitães do time paralisar o jogo para solicitar ajuda e informar ao árbitro sobre as ofensas, o vice-presidente atlética mackenzista teria agido. 

    Ainda em nota, a atlética de vôlei masculina da USP informou que, de forma generalizada, a torcida do Mackenzie teria sido conivente com as agressões proferidas. 

    A Pholley também comunicou, ainda por meio da carta aberta, que a atual gestão da Liga das Atléticas Acadêmicas de Comunicação e Artes (LAACA),  responsável pela organização do JUCA, segue isenta sem se manifestar sobre o ocorrido. Até o momento,  a gestão do evento dos jogos universitários também não teria procurado a vítima alvo das ofensas para oferecer suporte.

    “Nós continuaremos frequentando este espaços, nós continuaremos existindo”, conclui a nota de repúdio da Pholley. 

    O que diz a Atlética do Mackenzie

    Em resposta a denúncia, na última terça-feira (4), a Atlética de Comunicação & Artes Mackenzie, Atlética Tubamack, publicou uma nota se posicionando sobre o ocorrido, mas posteriormente apagou a publicação. 

    Na nota em questão, a atlética alegou que não conseguiu identificar quem da torcida teria proferido os xingamentos. No entanto, a atlética de vôlei da ECA rebateu o argumento: 

    “Ao contrário do que constou na nota do Mackenzie (que fora excluída), a torcida e a representação Mackenzista sempre souberam quem era o responsável pelas agressões e que a mesma estava acontecendo, já que nosso atleta inúmeras vezes mostrou a situação, inclusive, apontando para quem era o responsável de tais insultos.”, afirmaram em nota. 

    Ainda na nota apagada, a Tubamack afirmou que a situação foi discutida e resolvida durante um reunião, com pedido de desculpas pela parte deles e aceitação da punição, menos cinco pontos na classificação geral da faculdade durante os jogos. 

    “A Atlética repudia qualquer crime, especialmente aqueles motivados por preconceito. O curso de Comunicação e Artes do Mackenzie é composto por uma diversidade de pessoas  e todos devem se sentir acolhidos”, finalizava a nota da atlética apagada depois de suas redes. 

    A Universidade Presbiteriana Mackenzie informou à CNN, em nota, que desde sua origem não tolera qualquer tipo de preconceito ou discriminação. Leia na íntegra:

    A participação das Atléticas em eventos promovidos por elas, ou dos quais são parte integrante, é de exclusiva deliberação dessas associações, que têm personalidade jurídica própria.

    Nesse sentido, ainda que haja presença de alunos do Mackenzie, eles não representam a Universidade nesses eventos.

    Apenas seleções e atletas, formalmente apoiados pelo Mackenzie, têm legitimidade para atuar em nome da instituição.

    Condutas que contrariem normas internas são sempre objeto de apuração pela Universidade, que invariavelmente colabora com as iniciativas das autoridades.

    A CNN procurou a gestão dos Jogos Universitários de Comunicação e Artes (JUCA), mas não obteve retorno.

    Crime de homofobia

    Desde 2019, o Supremo Tribunal Federal reconhece o crime de homofobia e transfobia, cometidos em decorrência de discriminações contra a identidade de gênero ou orientação sexual de alguém,  como racismo.  

    Segundo a legislação brasileira, a pena do ato efetuado contra um grupo ou coletividade pode variar de dois a cinco anos de prisão e são inafiançáveis.

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