Assalto em Guarapuava é semelhante a outros casos pelo Brasil; relembre
Episódios do chamado "novo cangaço" ocorreram principalmente no estado de São Paulo nos últimos anos
A noite de ataques em Guarapuava, no interior do Paraná, em que criminosos miraram em uma transportadora de valores e um batalhão da Polícia Militar no domingo (17), não é um acontecimento inédito na história recente.
Casos semelhantes de assaltos planejados com grupos armados que tentaram realizar um grande assalto — um esquema chamado por vezes de “novo cangaço” — ocorreram pelo menos cinco vezes nos últimos dois anos, principalmente no estado de São Paulo. Relembre:
Araçatuba (SP)
Uma quadrilha composta por pelo menos 50 pessoas armadas executou um ataque a bancos na cidade de Araçatuba, no interior de São Paulo, na madrugada do dia 30 de agosto de 2021. Houve tentativa de assalto às agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica.
A articulação da quadrilha atingiu toda a cidade: a rodovia Marechal Rondon, um dos acessos à cidade, foi fechada pela quadrilha para atrasar a chegada das equipes policiais. Quatro veículos, incluindo um ônibus, foram incendiados, e as explosões também causaram queda de energia elétrica em parte da cidade.
Os criminosos chegaram a usar reféns como “escudo humano” nos carros em movimento. Na fuga, explosivos foram espalhados pelas ruas da cidade.
De acordo com a Polícia Militar, três pessoas morreram, entre elas um dos suspeitos, e cinco ficaram feridas depois dois ataques.
A Polícia Federal já prendeu 37 suspeitos conforme as investigações avançavam, incluindo um dos líderes da quadrilha que, segundo a corporação, era especializada em roubo de carros fortes. Também foram cumpridos 84 mandados de busca e apreensão.
Mococa (SP)
Uma quadrilha realizou um roubo a três agências bancárias na cidade de Mococa no dia 7 de abril de 2021 — o que transformou a cidade em uma “praça de guerra”, relatou o prefeito da cidade do interior paulista à época.
Segundo a prefeitura, a quadrilha conseguiu levar dinheiro de dois dos três bancos e um agente da guarda ficou ferido.
A ação teve início em frente ao Batalhão da Polícia Militar. A quadrilha atirou contra o prédio e acabou atingindo também uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde o guarda cumpria plantão.
O caso ainda está sob investigação e, até o momento, ninguém foi preso.
Criciúma (SC)
A cidade de Criciúma, em Santa Catarina, viveu uma madrugada de terror no dia 1º de dezembro de 2020. Criminosos conduziram ataques pela região, assaltaram uma agência bancária e mantiveram algumas pessoas reféns. Segundo as autoridades, foi o maior roubo já ocorrido no estado.
De acordo com a Polícia Militar, os criminosos estavam fortemente armados, portando munições de diferentes calibres, explosivos e coletes balísticos. A quadrilha atacou a fachada do prédio do batalhão com tiros e colocou fogo em um caminhão que estava em frente ao local. Pelo menos 40 criminosos fizeram parte da ação em 10 carros diferentes.
Os suspeitos fugiram por cidades vizinhas, deixando parte do dinheiro roubado para trás. Todos os reféns foram libertados, e um policial foi atingido no abdome.
Até o momento, 16 pessoas foram indiciadas e presas pelo roubo a banco em Criciúma. As investigações seguem sob responsabilidade da Polícia Civil de Santa Catarina.
Araraquara (SP)
Uma quadrilha trocou tiros com a polícia após uma tentativa de assalto a uma agência bancária em Araraquara, no interior de São Paulo. O tiroteio, ocorrido na madrugada do dia 24 de novembro de 2020, foi gravado por moradores e publicado nas redes sociais. O grupo armado tentou assaltar uma agência da Caixa Econômica Federal.
Botucatu (SP)
A cidade de Botucatu, localizada a cerca de 175 quilômetros da capital paulista, também registrou ataques a agências bancárias durante a noite do dia 29 de julho de 2020.
Segundo a Delegacia Seccional de Polícia do município, durante a madrugada, uma “quadrilha fortemente armada” conduziu ataques simultâneos a agências bancárias. As estimativas dão conta que 30 pessoas participaram da ação.
Os criminosos roubaram dois carros em uma avenida próxima ao batalhão e atearam fogo em um desses veículos, uma caminhonete, na área de saída das viaturas. Para tentar impedir a saída dos policiais, a quadrilha colocou outro carro na entrada principal do local.
Um batalhão da Polícia Militar e algumas lojas comerciais também foram alvo da quadrilha, e houve “explosões em diversos pontos da cidade”. Um dos criminosos foi baleado durante uma troca de tiros com policiais e acabou morrendo.
*Publicado por Giovanna Galvani