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    Arte que homenageia mulheres negras é vandalizada com tinta branca no RJ

    Rostos das personalidades retratadas foram pintados com tinta branca

    Camille Couto, da CNN, no Rio de Janeiro

    Um painel que retrata os rostos de nove personalidades representando mulheres negras e feministas foi vandalizado no último domingo (17), em Duque de Caxias, na baixada fluminense. Testemunhas contaram que um homem, ainda não identificado, pintou os rostos das personalidades com tinta branca e fugiu.   

    Em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que a equipe da delegacia de Duque de Caxias (59ª DP) aguarda o comparecimento dos responsáveis pelo mural na unidade para formalização do registro de ocorrência e para apresentar mais informações que possam ajudar a identificar a autoria do fato. 

    A arte nomeada como “Nossos Passos Vêm de Longe” proposto pela ONG Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial, foi produzida pelos artistas locais Rodrigo Mais Alto e Kleber Black para homenagear mulheres negras que narraram a história da baixada fluminense e o enfrentamento às violações sofridas na sociedade.

    Entre os rostos retratados estão Rose Cipriano, Mãe Beata de Yemanjá, Silvia Mendonça, Ana Leone, Maria Conga, Dona Leonor, Nivia Raposo, Fátima Monteiro e Marielle Franco.  

    Uma das mulheres homenageadas em vida, Sílvia de Mendonça, ativista pelos direitos humanos e representante do Movimento Negro Unificado (MNU) lamentou o ocorrido e ressaltou a importância do painel.  

    “Esse painel retrata um desejo forte de que a nossa força e as nossas vozes sejam escutadas. Quando alguém vai e pinta nossos rostos de branco, não foi preto, amarelo, vermelho ou verde, está dizendo ali claramente que existe um potencial forte e vil do racismo estrutural.” 

    Painel Rio de Janeiro
    Painel que retrata os rostos de nove personalidades representando mulheres negras e feministas
    Foto: Sílvia de Mendonça

    A ativista também falou sobre o movimento e a luta pela igualdade.
      
    “Estamos na luta, exercendo resistência no combate às desigualdades, para eliminar a pobreza, promover cidadania, acesso a bens e serviços, empoderamento na educação e acesso ao resgate cultural e artístico. Produzir ações afirmativas e atitudes positivas e reparação para o povo negro. É preciso que cada mulher negra, em especial, busque a unidade, consciência do seu legado e papel nesta sociedade, que interfira nas políticas públicas e possa exercer projeto de poder.”  

    O crime aconteceu a uma semana do Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha – 25 de julho, data que relembra o marco internacional de luta e resistência da mulher negra e marca a necessidade do enfrentamento ao racismo e sexismo.

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