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    Arqueólogos encontram vestígios mais antigos da história indígena em Salvador

    Equipe baiana encontrou um vasilhame de cerâmica com decoração dos antigos rituais de sepultamento tupi-guarani

    Da CNN, em São Paulo

    Uma equipe de arqueologia da Bahia encontrou um vasilhame cerâmico que pode ser a urna de uma sepultura tupi-guarani pré-colonial, correspondente ao período de 1500 a 1530 no Brasil.

    O artefato foi descoberto durante escavações na avenida Sete de Setembro, em Salvador. O material foi encontrado próximo ao relógio de São Pedro pela equipe de arqueologia que trabalha na requalificação da via e também da Praça Castro Alves.

    A descoberta, um vasilhame com tampa de cerâmica, continha em seu interior um corpo sepultado. Há indícios de que os restos mortais sejam de um homem, provavelmente um índio tupi-guarani, que pode ter vivido em Salvador entre os séculos XIV e XVI. 

    Em agosto de 2019, a mesma equipe já havia encontrado restos mortais de uma tupi-guarani na avenida, mas não puderam precisar se ele havia vivido na era pré-colonial. Agora, os profissionais trabalham para mover os novos artefatos arqueológicos com segurança, para futuros estudos. 

    “O vasilhame tem decoração na parte interna, um indicativo de que foi confeccionado para um ritual de enterramento. O corpo dentro da urna também nos evidencia isso. O material que forma a cerâmica e a pintura nos trazem sinais de que é uma urna tupi-guarani. Para mim, não há dúvidas”, afirmou o coordenador da escavação, o arqueólogo Cláudio César de Souza e Silva. 

    desenhos tupi-guarani
    Segundo arqueólogos que trabalham na obra da Avenida Sete de Setembro, desenhos no interior do vasilhame de cerâmica comprovam sua data e sua origem no povo tupi-guarani
    Foto: Bruno Concha/Secom

    “A arqueologia ainda não tinha encontrado um vestígio material da existência desses índios. É a primeira urna pré-colonial a ser encontrada em Salvador e pode auxiliar a contar a história da presença desses indígenas aqui”, completou.

    O secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pablo Barrozo, destacou a importância do trabalho arqueológico para a história da capital baiana.

    “Ao longo das escavações, pudemos desvendar parte da nossa história. Tudo isso foi feito com muito cuidado e respeito ao passado, com um grande estudo aprovado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e com uma equipe qualificada”, disse.

    Durante o trabalho na região soteropolitana, a equipe de arqueólogos já retirou mais de 12 mil artefatos históricos da Avenida Sete e da Praça Castro Alves. 

    sítio arqueológico Salvador
    Profissionais trabalham no sítio arqueológico onde está o vasilhame de cerâmica tupi-guarani; mais de 12 mil artefatos já foram encontrados na Avenida Sete de Setembro e na Praça Castro Alves, em Salvador
    Foto: Bruno Concha/Secom

    Além de estruturas fixas, como restos de uma fonte e ruínas do Teatro São João, foram encontrados ossos humanos, moedas, cachimbos, uma bala de canhão, garrafas de vidro, além de contas de colares e cerâmicas portuguesas do século XVI.

    As estruturas da antiga Igreja de São Pedro também foram encontradas durante as escavações na altura do relógio que também leva o nome do santo. Uma imagem de Nossa Senhora do Rosário também foi encontrada na via.

    Após o fim das obras de resgate, todos os materiais serão transportados e disponibilizados para estudo no Centro de Antropologia e Arqueologia de Paulo Afonso, também em Salvador.

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