Após internação, cacique Raoni deve iniciar tratamento nesta segunda-feira
Segundo o assessor do líder indígena, Raoni fará uma endoscopia para saber o que provocou a hemorragia digestiva
O cacique Raoni, internado nesse sábado (18) em Mato Grosso após apresentar um quadro de hemorragia digestiva, deve dar início a um tratamento na segunda-feira (20).
Segundo o assessor do líder indígena, na noite de sábado, a pressão de Raoni começou a estabilizar. “Ele está alegre e conversando bem.”
Diante da situação do cacique, ele vai passar por um processo de recuperação para depois fazer os exames necessários e iniciar um tratamento. Ele fará uma endoscopia para saber o que provocou o sangramento.
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“Quase certeza que é estomacal, pode ter sido uma úlcera”, afirmou o assessor, acrescentando que um novo boletim médico deve sair somente na segunda-feira.
Na manhã de domingo (19), o Instituto Raoni informou via Twitter que o cacique permanecia internado, “com quadro estável de saúde, aguardando novos exames”.
Quadro de desidratação
De acordo com o Instituto Raoni, o cacique começou a apresentar sintomas de desidratação há oito dias e foi transferido de sua aldeia, no Território Indígena Capoto-Jarina, para um hospital na quinta-feira (16). “Até o presente momento, não foi possível determinar a causa que resultou em severa anemia”, disse a organização em nota.
Em 23 de junho, o líder da etnia Kayapó Mebêngôkre perdeu a mulher, Bekwyjkà Metuktire. Desde então, vem apresentado um quadro de depressão.
Indicado ao prêmio Nobel da Paz em 2019, Raoni ganhou notoriedade internacional no fim da década de 1980, quando o músico britânico Sting fez uma série de viagens pela Amazônia, onde conheceu o cacique. A amizade entre os dois fez o artista se engajar na causa ecológica e na luta pela demarcação das terras indígenas no Xingu.
(Com informações de Muriel Porfiro e Giovanna Bronze, da CNN, em São Paulo)