Apenas 6% dos municípios estão vacinando pessoas com menos de 45 anos, diz CNM
Confederação Nacional dos Municípios detalha desigualdade de aplicações de doses pelo país
A falta de coesão entre as políticas do Ministério da Saúde, de estados e dos municípios faz com que a vacinação contra a Covid-19 seja desigual pelo país. O diretor da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e prefeito de Santarém (PA), Nélio Aguiar (DEM), detalha esse cenário em números, em entrevista à CNN, neste domingo (20).
“Apenas 40% dos municípios iniciaram a vacinação entre 50 e 55 anos, e 6% estão vacinando a população abaixo de 45 anos. Começa a haver a desigualdade do acesso à vacina. Precisa haver uma coordenação, uma maior articulação entre o Ministério da Saúde, estados e municípios. Se tem município que não está conseguindo avançar na vacinação, é por falta de vacina”, afirma.
Ele conta como funciona o esquema atualmente. “São as secretarias estaduais que coordenam a distribuição. Quando vemos alguns municípios ficando para trás, é porque as capitais e cidades maiores estão recebendo mais doses. O ideal seria todos vacinando na mesma faixa etária. Falta uma integração, já que o SUS é tripartite”.
Em Santarém, estão sendo vacinados pessoas acima de 35 anos sem comorbidades e ações foram feitas para vacinar indígenas, comunidades ribeirinhas e quilombolas, diz Aguiar. “Lutamos muito para receber a vacina da Pfizer quando foi anunciado que seria só para as capitais. Fomos os primeiros da Amazônia a recebê-la”.
Notícias falsas também atrapalham nesse processo, segundo ele. “É muito difícil lidar com um inimigo invisível, perigoso, e não ter um país unido. O Brasil está enfrentando uma pandemia totalmente desunido: as lideranças divididas, a população também e o coronavírus cresce com toda essa divisão. Acabaram politizando muito a questão do vírus, como se tivesse um vírus da esquerda ou da direita. O vírus é um só e está matando. Precisamos estar unidos na vacinação”.