Amazonas pede reforço da Força Nacional com urgência
Governador Wilson Lima ressaltou ‘grande clima de tensão vivido nas últimas 24 horas no estado’
O governador do Amazonas, Wilson Lima, pediu envio da Força Nacional ao estado com urgência. Em ofício apresentado na noite deste domingo ao Ministério da Justiça, ele ressalta o “grande clima de tensão vivido nas últimas 24 horas pela população do estado”.
À CNN, o governador afirmou que conversou por telefone com o ministro da Justiça, Anderson Torres e explicou que teme o agravamento da situação com novos ataques. “Ele se colocou à disposição, mas precisamos também entender como as coisas vão evoluir nas próximas horas”, disse. “Estamos em tratativas”.
O ministro afirmou à CNN que realiza reunião nesta manhã para decidir se o envio das tropas é a melhor saída. “É necessário o reestabelecimento da ordem no Amazonas. Iremos ajudar”, disse à coluna. “Estamos monitorando direto desde o início dos ataques criminosos”, destacou.
O estado vive uma escalada de violência promovida por bandidos, em retaliação à morte de um traficante de drogas, durante uma operação policial. Diversos prédios foram invadidos por pessoas armadas e também incendiados, como bancos, escolas, postos de saúde e delegacias de polícia.
O governo do Amazonas não solicitou ao governo federal a transferência de presos para presídios federais. De acordo com Wilson Lima, o servidor de inteligência do estado “não detectou nenhum indício de que a ordem tenha partido dos presídios”.
Em janeiro de 2020, o Amazonas registrou 117 mortes pela ação desses grupos do crime organizado. Na ocasião, o governador rejeitou o reforço da Força Nacional ofertado pelo então ministro Sergio Moro. Lima afirmou que a linha de frente da segurança no AM não considerou que havia necessidade, na época.
O estado vive muitas turbulências no contexto social e político. No fim de semana, diversas cidades, como a capital Manaus, sofreram com inundações devido a cheia dos rios Negro, Amazonas e Solimões. Ao mesmo tempo, o governador é alvo da CPI da Pandemia e está com depoimento marcado para esta quarta-feira. Governadores, como ele, tentam no Supremo Tribunal Federal obter decisão que impeça a ida obrigatória à CPI.