Aluna denuncia assédio de professores em academia de Copacabana
Suspeitos foram intimados para depor em delegacia do Rio de Janeiro; empresa diz ter demitido um dos profissionais
A empresária Caroline Bedoya Aszmann, 23 anos, denunciou, nas suas redes sociais ter sofrido dois casos de assédio praticados por professores de uma das três unidades da academia Bodytech em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Foi registrado boletim de ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro.
Frequentadora da academia há cerca de dez anos, Caroline relatou que recebeu uma mensagem de um dos professores há cerca de dois meses com uma foto dela e um comentário inadequado.
“O primeiro foi com uma pessoa que eu não vou expor nesse vídeo em primeiro momento, porque eu espero que alguém se pronuncie, já que a minha chamada com as pessoas responsáveis não surtiu efeito. Em dois meses já era pra ter acontecido algo. Eu recebi uma foto no WhatsApp, que esse indivíduo tirou minha, falando assim: ‘A cara não era boa, mas a cena era ótima’. Depois que eu mandei ‘Péssimo!’, o indivíduo excluiu a foto. Eu tenho o print, já com a foto excluída, mas é isso”, contou Caroline.
Recentemente, pouco antes do Natal, outro episódio ocorreu, segundo Caroline. Ela conta ter sido seguida e ameaçada por outro professor.
“O segundo simplesmente me perseguiu na rua. Eu estava saindo da academia, eu passei no mercado, a uma quadra de distância da academia, girei o mercado comprando coisas, saí cheia de sacolas, andei mais duas quadras até a esquina da minha casa, onde esse outro indivíduo me abordou. Ou seja, ele esperou esse momento todo, foi até a esquina da minha casa onde ele abordou me falando, meio sem graça: ‘Eu falei com o outro tal personal [trainer] e ele falou que você costuma andar sozinha’. Isso pra mim é uma ameaça, ainda mais na esquina da minha casa, sendo que eu saí da Bodytech, onde ele estava sentado com esse outro personal”, explicou.
Nos vídeos publicados no último sábado (6), a empresária afirma ter denunciado os casos para a coordenação da academia, mas que nada havia sido feito até a história ganhar repercussão nas redes sociais. Caroline disse ainda que situações parecidas aconteceram com outras alunas e envolvendo os mesmos profissionais.
Segundo a empresária, após os vídeos serem publicados, a rede entrou em contato com ela pedindo desculpas e afirmando que um dos profissionais havia sido desligado e o outro, afastado.
Em nota, a Bodytech informou à CNN que está à disposição para colaborar com as autoridades nas investigações.
“Após a apuração inicial dos fatos, com relação ao primeiro incidente, considerando o tempo de casa do profissional (mais de 10 anos) sem qualquer histórico sobre comportamentos inadequados, foi aplicada uma advertência formal e providenciada sua transferência para outra academia, enquanto não há uma conclusão das investigações policiais. Além disso, ele foi orientado sobre os valores e comportamentos considerados inapropriados pela companhia. Já o segundo profissional, que estava há apenas 2 meses na empresa, portanto em período de experiência, teve seu contrato de trabalho rescindido”, afirmou ainda a empresa
A Polícia Civil disse que os dois suspeitos foram intimados pela Deam do Centro e diligências estão em andamento para apurar o caso.
A CNN também entrou em contato com o Conselho Regional de Educação Física, que ainda não comentou o assunto.
@carolaszmann ‼️RESSALTO QUE AMBOS SÃO FUNCIONÁRIOS DA @Bodytech ♬ som original – Caroline Bedoya Aszm
@carolaszmann @Bodytech ♬ som original – Caroline Bedoya Aszm