Alckmin visita as cidades atingidas pelas chuvas no Rio Grande do Sul
No G20, Lula falou sobre a situação do Estado onde número de mortes chegou a 43 neste domingo; Vale do Taquari é a região mais atingida
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), chegou neste domingo (10) ao Rio Grande do Sul para visitar as cidades atingidas pelas fortes chuvas provocadas pela passagem de um ciclone extratropical no início da semana passada. Neste domingo, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou que subiu para 43 o número de mortos após as fortes chuvas que atingiram a região Sul do país nos últimos dias.
Na madrugada deste domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre o ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul e deixou dezenas de mortos e desaparecidos e chamou atenção para as mudanças climáticas e a preservação da natureza no discurso de encerramento da cúpula do G20.
“Essa semana, há três dias atrás (sic), no meu Brasil, um ciclone, no estado do Rio Grande do Sul — nunca havia tido ciclone —, matou 46 pessoas, quase 50 pessoas desaparecidas. Isso nos chama atenção, porque fenômenos como esse têm acontecido nos mais diferentes lugares do nosso planeta”, disse, destacando que a natureza “demonstra que precisamos cuidar dela com muito mais carinho”.
Alckmin desembarcou em Canoas (RS) e de lá seguiu para Lajeado, no Vale do Taquari — região que concentra o maior número de mortes confirmadas no maior desastre natural da história gaúcha. Na viagem, ele é acompanhado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e uma comitiva de ministros.
“Há um só Brasil, pronto para apoiar e estar ao lado de todos os brasileiros”, escreveu o presidente em exercício no X, anteriormente chamado de Twitter.
https://twitter.com/geraldoalckmin/status/1700851840634564730?s=20
O estado tem ainda 3.798 pessoas desabrigadas, além de 11.642 desalojados. Cerca de 150.341 pessoas foram afetadas pelo desastre.
Além das 46 mortes no Rio Grande do Sul, o estado de Santa Catarina registrou uma morte durante a passagem do ciclone pela região.
Os conceitos de desabrigado e desalojado são diferentes. Desabrigado é aquele que perdeu a casa e está em um abrigo público. O desalojado teve de deixar sua casa — não necessariamente a perdeu —, e não está em abrigos, mas sim na casa de um parente, amigo ou conhecido, por exemplo.
Segundo o boletim divulgado nesta manhã pela Defesa Civil, as 43 mortes confirmadas estão espalhadas por 11 cidades gaúchas, sendo que a maior parte delas nos municípios de Roca Sales e Muçum:
- Cruzeiro do Sul: 5
- Encantado: 1
- Estrela: 2
- Ibiraiaras: 2
- Imigrante: 1
- Lajeado: 3
- Mato Castelhano: 1
- Muçum: 16
- Passo Fundo: 1
- Roca Sales: 10
- Santa Tereza: 1
Governo promete ajuda
O ministro do Desenvolvimento, Wellington Dias (PT), afirmou no sábado (9) que sua pasta irá disponibilizar aproximadamente R$ 56 milhões para as pessoas afetadas pelos efeitos do ciclone na região Sul.
Uma comitiva ministerial, junto do presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), deve visitar o estado neste domingo (10).
Alckmin já tinha anunciado, na sexta-feira (8), que o Ministério do Desenvolvimento deve liberar R$ 800 para cada pessoa afetada pelo desastre, além de providenciar o envio de 20 mil cestas básicas à população local.
Em entrevista à CNN, Elmar André Schneider, o prefeito de Estrela, um dos municípios gaúchos que foram em grande parte destruídos, disse que a cidade ainda está aguardando o repasse dos recursos do governo federal.
Diversos pontos do estado registraram, nesta semana, níveis recordes de chuvas, causados pela passagem de um ciclone extratropical pela região Sul.
Além das dezenas de mortes já confirmadas, o sistema causou enchentes, destelhamento de casas, queda de árvores e quebra de pontes, e já está sendo considerado pelos especialistas como o maior desastre natural do estado em pelo menos 40 anos.
Veja também – Vale do Taquari tem segunda maior enchente da história
Veja imagens do desastre natural no Rio Grande do Sul
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Com informações de Tiago Tortella, Américo Martins e Lucas Schroeder