Acusados de matar Marielle e Anderson vão a júri nesta quarta (30); saiba como será
O júri popular vale para crimes intencionais de homicídio, infanticídio ou participação em suicídio
O julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, está marcado para a próxima quarta-feira (30), a partir das 9h, no 4º Tribunal do Juri do Rio de Janeiro.
O júri popular é composto por um presidente (Juiz de direito) e mais 25 jurados – cidadãos sem antecedentes criminais e que não possuem graduação em Direito – que são sorteados para estar no dia do julgamento. Destes, apenas sete compõem o conselho de sentença que irá definir a responsabilidade do acusado pelo crime.
Durante o julgamento, os jurados ficam incomunicáveis com a sociedade e entre si, para garantir que a decisão ocorra sem interferência.
Em caso de condenação, o juiz do caso determina a pena que cada réu deve cumprir levando em consideração os crimes e as especificidades. O júri popular vale para crimes intencionais de homicídio, infanticídio ou participação em suicídio.
Como funciona o julgamento?
- As testemunhas da acusação e da defesa prestam depoimentos;
- Os réus são interrogados por ambas as partes;
- Os jurados podem fazer perguntas por escrito aos réus, que podem ficar em silêncio;
- A acusação e a defesa fazem a sustentação oral;
- O juiz ou a juíza faz as perguntas aos jurados;
- Jurados fazem votação em sessão secreta;
- A acusação e a defesa têm o mesmo tempo para argumentarem pela condenação ou absolvição, com possibilidade de réplica e tréplica;
- O juiz ou a juíza faz perguntas aos jurados (quesitação), que devem ser respondidas em sigilo e por escrito.
Como ocorre a decisão?
O juiz, os jurados, o escrivão, o promotor de justiça e o defensor se dirigem à sala secreta, onde ocorrerá a votação sobre os quesitos. A sentença é dada pela maioria dos votos – logo, se os primeiros quatro jurados decidirem pela condenação ou absolvição, os demais não precisam votar.
Assim, são os jurados que decidirão se os acusados de serem os assassinos de Marielle e Anderson serão absolvidos ou não. Após essa etapa, a sentença será proferida em frente aos réus e as demais partes presentes. Desta decisão, cabe recurso.
Como a ação penal tramita na Suprema Corte, a audiência foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido foi feito pelo juiz Gustavo Kalil, que vai presidir a sessão.
Outros três réus, acusados de serem os mandantes do crime, ainda não foram julgados: o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa. Eles foram presos em março e negam participação no crime.
Veja imagens de Marielle
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Socióloga e mestre em Administração Pública, Marielle Franco era vereadora do Rio de Janeiro. Ela foi assassinada em 14 de março de 2018 em um atentado ao carro onde ela estava; 13 tiros atingiram o veículo • Reprodução/Instagram
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Anderson Gomes, motorista do carro que levava Marielle, também morreu no atentado • Reprodução/Facebook
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Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são os acusados do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes • Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil
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A Justiça brasileira segue na busca pelos mandantes do assassinato da vereadora • Reprodução/Instagram
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Uma estátua de Marielle Franco foi inaugurada na Praça Mário Lago, no centro da capital fluminense • Divulgação/Instituição Marielle Franco
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Marielle era presidente da Comissão da Mulher na Câmara; segundo o Instituto Marielle Franco, ela iniciou sua militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítima de bala perdida, num tiroteio entre policiais e traficantes no Complexo da Maré • Reprodução/Instagram
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A irmã de Marielle, Anielle Franco, é ministra da Igualdade Racional do Brasil do governo Lula • Reprodução/Instagram
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Marielle Franco era casada com a também vereadora Monica Benicio • Reprodução/Instagram