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    A música sempre teve o papel de falar de assuntos como o racismo, diz Simoninha

    À CNN Rádio, o cantor afirmou que a arte tem o poder de falar sobre assuntos incômodos e tocar as pessoas

    Amanda GarciaLetícia VidicaTalita Amaral

    Em entrevista à CNN Rádio, no CNN no Plural, o cantor, produtor e diretor musical Wilson Simoninha fez uma análise sobre o ativismo negro na música e qual a importância da arte para conscientizar as pessoas.

    “A questão do racismo é muito séria e ganhou destaque nesses últimos anos pelos acontecimentos nos Estados Unidos [como o movimento Black Lives Matter], com repercussões no Brasil, a gente perde tempo negando que ela existe e isso aumenta os problemas”, defendeu.

    Ao mesmo tempo, Simoninha, que é filho do cantor Wilson Simonal, que foi fundamental nessa luta, reforçou que “a música sempre teve papel importante, ela está aí para unir e tocar as pessoas, falar desses assuntos de forma a abrir o coração.”

    O cantor vê uma “linha de evolução” desde os anos 60. “Na época, o negro na cultura brasileira tinha destaque na música e esporte, porque precisa mais do talento do que formação.”

    “Aos poucos, mais negros puderam ter acesso à escola, surgiu também o hip-hop que é uma linguagem que vem das ruas, aparece os Racionais, artistas que dão voz a isso e fazendo mais gente falar sobre esses assuntos.”

    Simoninha acredita que falar sobre o racismo é incômodo até hoje e lembra que há “uma série de coisas que a sociedade joga para debaixo do tapete”, mas que a própria imprensa tem papel fundamental para divulgar e falar sobre o tema.

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