‘A evolução da espécie humana está sendo escrita agora’, afirma Sidarta Ribeiro
O neurocientista participou do programa O Mundo Pós-Pandemia e falou sobre os impactos da pandemia na saúde mental das pessoas
O Mundo Pós-Pandemia dessa sexta-feira (11) entrevistou o neurocientista Sidarta Ribeiro. Ele falou sobre os efeitos da crise sanitária no Brasil e sobre a possibilidade de o mundo enfrentar novas pandemias no futuro.
“A evolução da espécie humana está sendo escrita agora”, afirmou Sidarta sobre os possíveis rumos que política, economia e ciência poderão tomar após a epidemia global do novo coronavírus. “Precisamos saber o que vamos querer do planeta.”
Ele também falou sobre a influência de momentos de crise nos sonhos e por que os pesadelos ficaram mais frequentes e intensos durante o isolamento social.
O pesquisador também fez alerta sobre a situação da ciência no Brasil e no mundo, a desvalorização e a diminuição da confiança da população nos profissionais dessa área. “Estamos pagando o preço de uma pandemia pelo descaso com a ciência”, declarou.
Ele citou que uma crise envolvendo um vírus já era esperada. “A pandemia foi prevista. Tem um discurso do Obama em 2015, eu acho. Acho que 2015 tem discurso do Obama falando ‘olha, a gente tem que se preparar, tem que financiar a ciência, vai vir um vírus que se propaga pelo ar’. Só faltou falar que era em microbolhas de cuspe, de vírus em aerosol. Só faltou dizer isso. O CDC sabia, os americanos sabiam, os chineses também sabiam, todo mundo sabia. Por que não foi feito? Porque não é prioridade. Não é prioridade. A prioridade é acumular.”
Ribeiro comentou o afastamento das pessoas da consciência sobre mente e corpo, criticando a medicalização de todos os problemas. “A onda de medicalização da humanidade, na última década, não foi boa.”
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Sidarta Ribeiro fundou o Insitituto do Cérebro da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e é professor titular de neurociência na universidade.
Ele atua principalmente nos temas: Sono, sonho e memória; plasticidade neuronal; comunicação vocal; competência simbólica em animais não-humanos; psiquiatria computacional, neuroeducação, psicodélicos e política de drogas.
O cientista foi entrevistado pelas jornalistas da CNN Luciana Barreto e Thaís Herédia e pela comentarista Lia Bock. O comando da atração é da âncora Daniela Lima.
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