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    65% das famílias que vivem abaixo da linha da pobreza não têm rede de esgoto

    Estudo também destacou que pessoas pardas, indígenas e pretas são as mais prejudicadas

    Análises feitas são baseadas em informações da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE no período de 2008 a 2018
    Análises feitas são baseadas em informações da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE no período de 2008 a 2018 Foto: CNN (24.nov.2020)

    Beatriz Puente, da CNN, no Rio de Janeiro

    O estudo do Instituto Trata Brasil, “As Despesas da Família Brasileira com Água Tratada e Coleta de Esgoto”, apontou que uma grande parcela dos brasileiros ainda não tem acesso ao saneamento básico. Mais da metade das famílias abaixo da linha de pobreza vivem sem saneamento, ou seja, cerca de 30% da população. Dessas, mais de 65% (67,5%) não possuem acesso à rede de esgoto. As análises feitas são baseadas em informações da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE no período de 2008 a 2018.  

    O estudo também traçou um perfil dos brasileiros mais afetados pela falta de saneamento. Os índices de privação aos serviços de saneamento registrados pelas populações parda, indígena e preta são maiores que a da população branca e amarela. Cerca de 32% da população preta não têm abastecimento de água e 37% não têm rede de esgoto; entre os pardos, essa proporção fica em 36,5%  e 48,7% , respectivamente; 33,7% dos indígenas não têm água e 45,2% não tem esgoto.  

    Também foi destaque uma carência maior de serviços entre a população jovem, com idade de até 19 anos. Cerca de 1/3 dessa população não tinha acesso à água em 2018. No grupo de pessoas sem instrução educacional, o déficit de serviço de coleta de esgoto prevaleceu em 2/3 da população. O economista responsável pelo estudo, Fernando Garcia, apontou que as operadoras têm a responsabilidade de reverter esse cenário e garantir saneamento para todos. 

    “É extremamente preocupante ver que os mais privados dos serviços são justamente as pessoas abaixo da linha da pobreza, fato que se repete ao longo dos anos. Até mesmo o atendimento irregular de água é muito mais comum nas casas dos mais pobres, o que também aumenta a vulnerabilidade pelo fato daquela família não receber água encanada 24 horas por dia e 7 dias por semana. O estudo oferece um olhar clínico muito relevante e chama a atenção de empresas operadoras, agências reguladoras e autoridades para a urgência de todos terem acesso aos serviços, de forma a que os custos sejam aqueles que caibam no orçamento familiar”. 

    Nas capitais e regiões metropolitanas, os resultados foram mais animadores. Cerca de 80% das famílias que habitam estas áreas tinham acesso à rede geral de coleta de esgoto. Em toda a década, o aumento foi de 2,2% ao ano de famílias com acesso às redes de água e de 3,7% ao ano de famílias ligadas às redes de coleta de esgoto.  

    O estudo mostra também que, em 2018, 9,2 milhões de famílias não pagavam a conta de água e esgoto. A maioria dos pagantes é da região Sudeste. Porém, o Rio de Janeiro se destaca como o segundo estado com menos consumidores pagantes. Pouco mais da metade da população com acesso aos serviços paga por eles.

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