Dia do Orgulho Lésbico reforça luta contra estereótipos
Data, celebrada neste 19 de agosto, tem objetivo de dar visibilidade e pedir por respeito às mulheres homossexuais
Nesta sexta-feira (19) é celebrado o Dia do Orgulho Lésbico, data escolhida em memória à primeira grande manifestação de mulheres lésbicas no Brasil, ocorrida em 1983, no que ficou conhecido como o “Stonewall brasileiro”.
A data tem objetivo de dar visibilidade e pedir por respeito às lésbicas.
Em 19 de agosto de 1983, enquanto o país ainda estava em uma ditadura militar, ativistas do Grupo Ação Lésbica Feminista (Galf) ocuparam o Ferro’s Bar, no centro de São Paulo, para protestar contra os abusos e preconceitos que vivenciavam no local.
Na ocasião, as manifestantes protestaram contra a proibição da venda e distribuição de um panfleto que chamava atenção para os direitos das mulheres e, especificamente, das lésbicas.
Estima-se que no Brasil, 2,9 milhões de pessoas sejam lésbicas, gays ou bissexuais, segundo dados da pesquisa nacional de saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita em 2019. Desse número, 0,9% se declaram lésbicas.
Uma pesquisa do Instituto Patrícia Galvão estimou que 89% dos casos de lesbocídio, assassinato de mulheres lésbicas, são causados por homens. E 29% desses crimes são causados por alguém que mora na mesma casa.
Mulheres lésbicas, historicamente, são alvos de preconceito por estereótipo e da incompreensão, além de sofrerem fetiches héteros masculinos e sexualização de seus corpos.
“Até pouco tempo atrás, a procura pela palavra ‘lésbica’ em buscadores trazia conteúdo, em grande número, associado à pornografia”, disse à CNN Liliane Rocha, mulher lésbica consultora de diversidade.
Dentre as expressões mais extremas de violência contra lésbicas existe uma enorme ocorrência do chamado estupro “corretivo”, prática que é movida pela intolerância como forma de “punir”.
É importante ressaltar que as mulheres lésbicas negras e periféricas estão ainda mais vulneráveis às diferentes formas de violência, diz a pesquisadora.
*Com informações de Bruna Sales e Talita Amaral, da CNN