Polícia italiana recupera cópia roubada de Da Vinci de 500 anos
A obra, provavelmente pintada por um dos alunos do mestre da Renascença, foi descoberta em um apartamento durante uma busca na cidade italiana


Uma cópia do século 16 da obra “Salvator Mundi” de Leonardo da Vinci, o quadro mais caro do mundo, foi recuperada pela polícia italiana depois de ter sido roubada de um museu em Nápoles.
A obra, provavelmente pintada por um dos alunos do mestre da Renascença, foi descoberta em um apartamento durante uma busca na cidade italiana, segundo um comunicado policial. O dono da propriedade, um homem de 36 anos, foi encontrado nas proximidades e levado sob custódia, suspeito de ter recebido bens roubados.
O retrato foi inspirado na famosa representação de Cristo feita por Da Vinci, com uma das mãos erguida em bênção e a outra segurando uma esfera de cristal. Inúmeras cópias da obra foram feitas durante a vida do artista por seus alunos e assistentes.
Embora não se saiba quem criou este “Salvator Mundi” em particular, acredita-se que ele tenha sido pintado no fim da década de 1510 por alguém do ateliê do artista. O dono do retrato, o Museu de San Domenico Maggiore em Nápoles, disse em seu site que há “várias hipóteses” sobre a identidade do pintor, com a teoria “mais convincente” creditando o aluno de Da Vinci, Girolamo Alibrandi.
Acredita-se que a pintura foi criada em Roma antes de ser levada a Nápoles por Giovanni Antonio Muscettola, um enviado e conselheiro de Carlos V, imperador do Sacro Império Romano-Germânico.
A obra retornou brevemente à capital italiana em 2019, quando foi emprestada à Villa Farnesina para a exposição “Leonardo em Roma”. O folheto da exposição a descrevia como uma cópia “magnífica” da obra-prima do artista, enquanto a lista online do San Domenico Maggiore se referiu à pintura como um esboço pictórico “refinado” e “bem preservado”.
A polícia não especificou quando a pintura foi roubada, embora o museu de Nápoles tenha relatado estar de posse da obra desde janeiro de 2020, quando foi devolvida de Roma.
O “Salvator Mundi” original de Da Vinci fez história em 2017, quando foi leiloado por US$ 450,3 milhões (cerca de R$ 2,4 bilhões) pela Christie’s em Nova York. Anteriormente descartado como sendo uma cópia, ele foi vendido no Reino Unido por apenas US$ 61 (R$ 325) na década de 1950.
Embora alguns estudiosos tenham contestado a atribuição da obra a Leonardo da Vinci, sugerindo que ela foi, pelo menos parcialmente, criada por membros de seu ateliê, a pintura foi restaurada e autenticada antes de se tornar a obra de arte mais cara já vendida em um leilão. Imagina-se que a oferta recorde foi feita em nome do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, já que o nome do comprador não foi revelado oficialmente.
O “Salvator Mundi”, no entanto, não é visto em público desde sua venda em novembro de 2017. O Museu Louvre Abu Dhabi anunciou que exibiria o quadro, mas a grande exposição em 2018 foi adiada sem qualquer explicação.
(Texto traduzido, leia o original em inglês).