Nova exibição de nudez de Barry Keoghan, de “Saltburn”, divide opiniões

Existe o “método” de se vestir, e, no caso do ator irlandês ganhador do BAFTA Barry Keoghan, existe o “método” de se despir. Na última quarta-feira (21), o protagonista de “Os Banshees de Inisherin” incendiou a internet quando fez uma aparição nua em um vídeo que promove a capa da nova edição da revista Vanity Fair.

Barry Keoghan é uma das 11 estrelas de Hollywood que estampa a capa da nova edição da revista.

Em um trecho do vídeo publicado pela revista no X, antigo Twitter, a câmera mostra estrelas como Bradley Cooper, Natalie Portman, Colman Domingo e Lily Gladstone antes de chegar até Keoghan – que não está usando nada.

Foi uma referência ao último papel de Keoghan (e a uma última cena final que deu o que falar), no filme “Saltburn”, da diretora Emerald Fennell. O longa é uma representação lasciva de classe, poder e desejo ambientada na Universidade de Oxford, em 2007. Depois de um encontro casual no campus, o personagem Oliver Quick (Keoghan) logo fica obcecado por seu lindo, charmoso e extremamente rico colega de classe Felix (Jacob Elordi) e tenta se infiltrar no mundo impossível da alta sociedade britânica.

Se você ainda não assistiu ao filme sangrento e encharcado de água do banho, perdoe-nos por estragar o fato de Keoghan ficar nu nele também.

Mas enquanto alguns estavam gratos por mais alguns segundos da “retaguarda” de Keoghan terem ficado na telona, outros acharam a exposição atrevida um pouco ultrapassada. “Já vimos, literalmente, tudo isso antes”, escreveu o Evening Standard de Londres sobre a publicação nas redes sociais.

Enquanto isso, outros usuários do X falaram que a revelação é “constrangedora”, enigmática e até imploraram por dignidade em nome do ator: “A maneira como a mídia reduziu sua atuação à nudez é tão infantil.”

https://twitter.com/VanityFair/status/1760281127363788868

Keoghan, também, teve sentimentos conflitantes sobre seu novo nível de exposição. “É doideira”, ele disse em entrevista à Vanity Fair. “Pode ser prejudicial para sua cabeça e seu estado mental se você ler demais ou ler muitas coisas sendo ditas. Mas eu não faria isso se não estivesse preparado para isso ou aberto para ouvir o que as pessoas tem a dizer. Acho que isso mostra um ato de maturidade nessa arte, e, se justifica a história e a leva adiante, por que não?”

Quer você seja fã de seu surpreendente estado de nudez ou não, o vídeo da capa oferece uma visão interessante sobre nossa expectativa de nudez de celebridades.

Embora as capas de revistas masculinas nuas sejam raras, elas normalmente são imbuídas de um certo senso de humor que os protege da refutação pública. Assim como Keoghan revelou tudo no início desta semana, a nudez masculina é usada como uma piada – é ousada, atrevida e, acima de tudo, nunca deve ser levada muito a sério.

O ator Neil Patrick Harris, por exemplo, estrelou a capa da revista Rolling Stone em maio de 2014, vestindo apenas uma gravata borboleta de cetim preta e um chapéu-coco combinando, pendurado precariamente na virilha. É o tipo de nudez descarada e presunçosa em que a excitação não é o objetivo, é mais provável que seja uma risadinha ou um revirar de olhos.

As mulheres, por outro lado, têm uma longa e complicada história de representações sexualizadas de nudez. Desde seções de tabloides britânicos que mostravam fotos de mulheres nuas (que foram proibidas há menos de uma década) até às páginas centrais da Playboy, a nudez feminina em público foi concebida para excitar.

Mas talvez a maré tenha mudado. Em uma era cada vez mais conservadora, onde até mesmo a Geração Z questiona a validade das cenas de sexo nos filmes (como sugeriu um estudo da UCLA), a bola (ou bunda) finalmente parou?

Não para Keoghan. “Eu acho [que nudez] é verdadeira arte. É mesmo”, ele disse na entrevista. “E é uma vulnerabilidade verdadeira também. Você meio que está se expondo do jeito mais vulnerável. É lindo ver isso.”