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    Museu lança dúvidas sobre autenticidade de quadro de US$ 450 milhões

    "Salvador Mundi", comprado pelo príncipe saudita Badr bin Abdullah, em 2017, foi rebaixado em catálogo de nova exposição do Museu do Prado, na Espanha

    Martin Baileyda CNN

    O “Salvator Mundi”, vendido por US$ 450 milhões durante leilão da Christie’s como um verdadeiro Leonardo da Vinci, foi rebaixado pelos curadores do Museu Nacional do Prado em Madri, na Espanha. O quadro foi comprado em novembro de 2017 pelo ministro da cultura saudita, Príncipe Badr bin Abdullah, aparentemente para o Louvre Abu Dhabi.

    O rebaixamento está no catálogo da nova exposição do Prado, “Leonardo e a Cópia de Mona Lisa”, em cartaz até 23 de janeiro de 2022. Embora especialistas tenham questionado o status deste “Salvator Mundi”, intitulado de versão do Golfo, a decisão do Prado representa a resposta mais crítica de um importante museu desde a venda realizada pela Christie’s.

    O veredicto do museu consta no índice do catálogo da exposição, que contém uma lista de pinturas “de Leonardo” e outra de “obras atribuídas ou autorizadas e supervisionadas por Leonardo”. A pintura da obra está registrada na segunda categoria, onde é chamada de versão Cook – pois foi comprada pelo inglês Francis Cook, em 1900. Embora a exposição seja especialmente sobre a cópia Prado da “Mona Lisa”, também expõe versões de outras composições de Leonardo.

     

    A curadora Museu do Prado, Ana Gonzáles Mozo, escreve na apresentação do catálogo que “alguns especialistas consideram que havia um protótipo agora perdido (do “Salvator Mundi “, de Leonardo), enquanto outros acreditam que a versão de Cook é a mais original. No entanto, ela sugere que “não há nenhum protótipo pintado” por Leonardo.

    Mozo propõe que outra cópia de “Salvator Mundi”, a chamada versão Ganay (1505-15), é a mais próxima do original perdido de Leonardo. Adquirido por Hubert, Marquês de Ganay, em 1939, foi vendido na Sotheby’s em 1999 e agora está em uma coleção privada e anônima. Mozo argumenta que o artista que pintou o “Salvator Mundi” de Ganay também foi o responsável pela primeira cópia da “Mona Lisa”, exposta no Prado (1507-16). Embora o catálogo inclua uma imagem de página inteira do Ganay de “Salvator Mundi”, a versão de Cook não aparece no material.

    O ensaio de abertura do catálogo do Prado é de Vincent Delieuvin, curador da retrospectiva sobre Leonardo da Vinci do Museu do Louvre, em 2019. Ele discute os vários pontos de vista sobre essa versão de “Salvator Mundi”, sem dar muito sua opinião pessoal, embora se refira à peça com “detalhes de qualidade surpreendentemente ruins”. Mozo provavelmente teria consultado Delieuvin, que é um colaborador-chave na atual exposição do Prado.

    No mês passado, Delieuvin participou de um seminário online para o Courtauld Institute de Londres sobre os desafios de organizar a exposição de 2019. Ele foi questionado por que a versão do Golfo de “Salvator Mundi” não havia sido incluída junto com a imagem de Ganay, que foi exibida na exposição do Louvre. Delieuvin disse que a versão do Golfo foi solicitada, mas após “uma longa discussão” não foi oferecida.

    Sem entusiasmo, Delieuvin falou ainda que embora a versão do Golfo de “Salvator Mundi” seja “uma pintura interessante, não é a composição mais pessoal de Leonardo”. “Mas teria sido bom tê-lo (a pintura do Golfo) perto da bela versão de Ganay, que é uma versão de alto nível”, completou. A foto de Ganay também faz parte da mostra atual do Prado.

    No catálogo da exposição do Prado, Delieuvin conclui que, para a versão do Golfo “Salvator Mundi”, “espera-se que uma futura exposição permanente da obra permita que ela seja reanalisada com maior objetividade.”

    *Esta matéria foi traduzida. Leia versão original, em inglês.

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