Móveis raros de Sergio Rodrigues e Joaquim Tenreiro vão à leilão em SP

Mesas, cadeiras, sofás, estantes e aparadores de Sergio Rodrigues e Joaquim Tenreiro, dois dos principais arquitetos brasileiros do século 20, ganham uma exposição a partir desta sexta-feira (12) no Edifício Copan, em São Paulo.

A Coleção Bloch Editores exibirá peças que fizeram parte do mobiliário do edifício Manchete, no Rio de Janeiro, construção icônica projetada por Oscar Niemeyer e onde funcionava a Editora Bloch, conglomerado de imprensa que funcionou de 1952 a 2000.

Além da mostra, os móveis serão leiloados a partir do dia 16 de agosto. Ao todo são 90 lotes e os lances iniciais variam de R$ 1.000 a R$ 31 mil.

Todo o mobiliário pertencia a um apenas um colecionar, que o adquiriu na época da falência da Editora.

Feitas em madeira maciça de jacarandá e freijó, por exemplo, a criação das peças foi realizada em duas etapas: a primeira por Joaquim Tenreiro a partir de 1966 e, a segunda, por Rodrigues, a partir de 1968.

Adolpho Bloch, então proprietário da editora, desenvolveu uma grande amizade com Sergio Rodrigues, que chegou a criar uma linha de móveis que leva o nome do empresário.

Já Joaquim Tenreiro idealizou uma série de móveis para a casa de Teresópolis de Bloch.

Uma das peças que a Leilão Design – responsável pelo leilão on-line – espera que seja o grande destaque é o sofá curvo de Sergio Rodrigues, de madeira maciça de jacarandá e almofadas revestidas de veludo, que ficava no hall de entrada do prédio da Manchete, rodeado por tapeçarias, esculturas e obras, dentre elas, peças de Frans Krajcberg.

Com valor inicial de R$ 31 mil, a casa de leilão espera vender o sofá por mais de R$ 150 mil.

Design brasileiro

Sergio Rodrigues nasceu em 1927, no Rio de Janeiro, e formou-se arquiteto há 70 anos, em 1952. Até hoje, é considerado um dos grandes designers brasileiros.

Segundo o Instituto que leva o seu nome, logo no início da carreira ele partiu em uma “busca frenética” por um desenho que pudesse representar o “espírito de nossa gente”.

“Sergio quebrou paradigmas ao inventar uma linguagem própria em busca da identidade brasileira e integrou de forma harmoniosa as três áreas em que militou: a arquitetura, o design e o desenho”. diz sua biografia.

Já Joaquim Tenreiro nasceu em Portugal, em 1906, antes de sua família migrar para o Brasil. Filho de marceneiro, ele aprendeu o ofício muito cedo e é chamado por muitos como o “pai do design de móveis brasileiro do século 20”.

Trabalhou com Oscar Niemeyer na construção de Brasília e suas criações estavam presentes em diversos prédios públicos, com destaque para o Itamaraty.

*Editado por Thayana Nunes.