Miss Nigéria é coroada após ser alvo de onda xenofóbica no Miss África do Sul
Chidimma Adetshina teve sua nacionalidade sul-africana contestada pela organização do concurso
Chidimma Adetshina, uma concorrente de concursos de beleza que enfrentou uma onda de hostilidade na África do Sul após surgirem dúvidas sobre sua nacionalidade, foi coroada Miss Nigéria.
A modelo de 23 anos triunfou no concurso realizado em Lagos na noite do sábado (31) e representará a Nigéria na competição do Miss Universo, que acontecerá no México em novembro.
No mês passado, ela desistiu do concurso Miss África do Sul após se tornar alvo de ataques xenófobos online e, posteriormente, aceitou um convite para competir no concurso nigeriano.
Muitos sul-africanos questionaram sua elegibilidade para participar do concurso de seu país depois que surgiram relatos de que ela nasceu de pai nigeriano e mãe sul-africana com raízes moçambicanas.
Os organizadores do Miss Universo Nigéria disseram na época que o convite para Adetshina era “uma oportunidade de representar a terra natal de seu pai em um palco internacional.” Eles acrescentaram que a “jornada dela nos concursos de beleza está longe de terminar.”
Escrevendo no Instagram após sua vitória, Adetshina disse que era “um sonho se tornando realidade,” descrevendo a coroa como “não apenas um símbolo de beleza” mas “um chamado à ação” por uma África unida.
“À medida que aceito esta honra, quero compartilhar uma visão que arde profundamente dentro de mim, uma visão de unidade africana e coexistência pacífica!” ela escreveu em sua página.
“Vamos derrubar as barreiras que nos dividem. Vamos promover um continente onde todo africano possa se mover livremente sem preconceito, perseguir seus sonhos e contribuir para o crescimento e a prosperidade do nosso grande continente,” acrescentou o comunicado.
As autoridades sul-africanas dizem que estão trabalhando para esclarecer o status de cidadania de Adetshina após o departamento de Assuntos Internos do país, que supervisiona a imigração, afirmar que sua mãe pode ter cometido fraude de identidade para obter a cidadania sul-africana em 2001.
O departamento, no entanto, isentou Adetshina de qualquer irregularidade, dizendo que ela era apenas uma criança na época.