Mães de misses dos EUA relatam maus-tratos, abusos e intimidação
Miss EUA e Miss Teen EUA renunciaram aos cargos na semana passada, mas seguem sem poder falar por contrato
Dias depois de suas filhas renunciarem aos títulos de Miss EUA e Miss Teen EUA, respectivamente, as mães de Noelia Voigt e UmaSofia Srivastava se manifestaram. As duas falam no lugar das filhas, que, segundo elas, ainda estão vinculadas a acordos de sigilo com a organização dos concursos.
“O emprego dos seus sonhos acabou se tornando um pesadelo”, disse Barbara Srivastava no Good Morning America nesta terça-feira (14). “Não poderíamos continuar esta farsa. As meninas decidiram renunciar e desistir do sonho de uma vida — uma coroa, um título nacional. Por que elas fariam isso?”.
É a primeira vez que as mães falam sobre a provação que abalou o mundo dos concursos na semana passada. Essa foi a primeira vez que uma titular do Miss USA ou Miss Teen USA renunciou. UmaSofia Srivastava disse que os seus valores “não estão mais alinhados” com os da organização, enquanto Noelia Voigt citou sua saúde mental, embora sua declaração parecesse soletrar “estou silenciada”.
Falando no Good Morning America, Jackeline Voigt se recusou a responder se a suposta mensagem secreta era intencional. Mas respondendo se ela se sentia como se sua filha tivesse sido silenciada, ela disse: “Ela está, e estaria assim pelo resto de sua vida se este NDA não fosse [revogado]”.
A carta de demissão de Voigt ao Miss EUA, obtida e publicada pela CNN no sábado (11), revelou uma série de acusações contra a CEO da Miss EUA, Laylah Rose, incluindo um “ambiente de trabalho tóxico” repleto de “bullying”.
De acordo com a carta, Rose está “construindo ativamente uma cultura de medo e controle, a antítese do empoderamento das mulheres, que é… insegura para futuros titulares e funcionários”, escreveu Voigt. Entre as questões, Voigt alegou que Rose não lhe forneceu acomodações de viagem adequadas ou um “monitor eficaz”, levando a um incidente em que ela teria sofresse assédio em Sarasota, Flórida.
Sua mãe, que estava com ela em Sarasota, a viu logo após o suposto incidente, disse ela na entrevista.
“Vi Noelia tão estressada e perguntei: ‘O que aconteceu?’ e ela disse: ‘Mãe, entre no carro’”, lembrou ela. “Ele disse a Noelia: ‘Você gosta de velhos com dinheiro?’ e deixou Noelia muito desconfortável.”
Rose não se desculpou, segundo Jackeline. Em sua carta de demissão, Voigt disse que Rose lhe disse que a organização “não pode impedir que as pessoas lhe digam coisas em aparições públicas” e que isso “infelizmente faz parte da função”.
Barbara Srivastava disse que durante o ano de reinado, os titulares foram “maltratados, abusados, intimidados e encurralados”.
Jackeline pediu que a Organização Miss Universo, dona do Miss EUA, “fale conosco ou peça desculpas”. A organização controladora, de propriedade do JKN Global Group, permaneceu em silêncio durante a semana passada.
A Miss EUA e a Organização Miss Universo não retornaram imediatamente um pedido de comentários e não responderam aos pedidos anteriores de comentários da CNN na sexta-feira (10).
Por enquanto, as mães estão alertando os possíveis concorrentes do concurso sobre se envolverem com o Miss EUA. Na quarta-feira (15), a vice-campeã do Miss EUA, Savannah Gankiewicz, do Havaí, se apresentará e será coroa em uma cerimônia. Mas o Miss Teen USA permanece em aberto, já que a vice-campeã de 2023, Stephanie Skinner, de Nova York, se recusou a ser coroada em uma declaração pública no Instagram.
A CNN entrou em contato com a segunda colocada, Miss Pensilvânia Teen Maggie Ross, para saber se ela levará o título, mas nenhum anúncio foi feito. “Veja o que aconteceu com Noelia e UmaSofia. Não é o momento certo para participar”, disse Jackeline. “Simplesmente não queremos que estas famílias e estas meninas passem pelo que estamos passando”, acrescentou ela.
