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    Leilão retira cabeças encolhidas e crânios humanos da venda após protestos

    Itens que seriam vendidos na Inglaterra pertenciam a etnias colonizadas

    Jack Guyda CNN

    Uma casa de leilões na Inglaterra retirou da venda itens que incluíam restos humanos, como cabeças encolhidas e crânios ancestrais, após críticas do público.

    A casa de leilões Swan, em Tetsworth, Oxfordshire, retirou mais de duas dúzias de lotes de um leilão programado intitulado “Venda do Colecionador Curioso”, incluindo uma cabeça encolhida Tsantsa do século 18, que se esperava ser vendida entre 20.000 e 25.000 libras (entre R$ 146.600,00 e R$ 183.300,00) e que pertenceu anteriormente a Hugh Hefner, fundador da revista Playboy.

    Outros itens retirados incluem um crânio ancestral das Ilhas Salomão, outro da tribo Fon no Benin e um crânio ancestral duplo do Congo.

    A venda planejada de outra peça, descrita como um crânio humano Naga com chifres do século 19, atraiu críticas de Neiphiu Rio, Ministro-Chefe do estado indiano de Nagaland.

    Rio escreveu ao Ministro das Relações Exteriores da Índia, S. Jaishankar, pedindo que ele interviesse “para garantir que o leilão de restos humanos de nosso povo seja interrompido.”

    Em sua carta, Rio disse que foi informado sobre o leilão pelo Fórum de Reconciliação Naga (FNR), um agrupamento de organizações que trabalha para reconciliar diferentes grupos políticos naga, alguns dos quais se envolveram em luta armada pela independência da Índia nas últimas décadas.

    Em sua carta a Rio, o FNR disse que “condena essa prática desumana e violenta em que restos humanos ancestrais indígenas continuam a ser itens de colecionador.”

    “Esses leilões continuam a política de desumanização e violência colonial sobre o povo Naga,” acrescentou.

    Outra crítica à venda planejada veio de Laura Van Broekhoven, diretora do Museu Pitt Rivers, que faz parte da Universidade de Oxford.

    “Por favor, retire imediatamente da venda de amanhã os restos humanos e ancestrais dos povos Naga, Shuar, Dayak, Kota, Fon, Vili e outras comunidades na Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão, Nigéria, Congo, Equador, Nagaland e Benin”, escreveu ela em uma postagem no X (antigo Twitter) na terça-feira.

    A CNN entrou em contato com a casa de leilões Swan, o FNR e o Museu Pitt Rivers para comentar.

    Em setembro de 2020, o museu retirou uma coleção de cabeças encolhidas de sua coleção como parte do que chama de processo de descolonização.

    A equipe do museu removeu restos humanos de sua coleção de mais de 500.000 artefatos, após uma revisão de três anos das exposições e programação “do ponto de vista ético.”

    No total, 120 objetos contendo restos humanos foram removidos de exposição, juntamente com outros 71 objetos não biológicos que estavam nas mesmas coleções, informou o museu à CNN na época.

    O museu disse em um comunicado que as mudanças foram motivadas pelo desejo de “se envolver profundamente com seu legado colonial.”

    *Lianne Kolirin, da CNN, contribuiu para este texto.

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