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    Imagens impressionantes do prêmio de fotografia africano inspiram a conservação; veja galeria

    Prêmio homenageia falecido presidente da Tanzânia, que se dedicou à conservação, e tem como objetivo aumentar conscientização sobre a vida selvagem africana

    Kayla Smithda CNN

    A imagem de um gorila da montanha pensativo com olhos alaranjados como chamas conquistou o prêmio principal no Benjamin Mkapa African Wildlife Photography Awards (Prêmio de Fotografia da Vida Selvagem Africana, na tradução livre) de 2022.

    Tirada pela fotógrafa norte-americana Michelle Kranz, a imagem foi elogiada por capturar a emoção do macaco, durante uma cerimônia no Museu Nacional de Nairóbi, na capital queniana.

    O prêmio anual, lançado pela African Wildlife Foundation (AWF) em 2021, tem o nome do falecido presidente da Tanzânia, que dedicou grande parte de seu tempo à educação sobre conservação na África e foi membro do conselho da AWF. O objetivo não é apenas mostrar o trabalho dos fotógrafos, mas também aumentar a conscientização sobre a vida selvagem africana em todo o mundo.

    “Esperamos levar a África para o mundo e levar a herança africana para o resto da África”, disse Kaddu Sebunya, CEO da AWF.

    Ele acrescentou que ficou muito impressionado com o quanto o concurso cresceu desde sua primeira iteração, com quase 10 mil inscrições de cerca de 60 países. Estes foram selecionados por um painel de jurados aos vencedores em 12 categorias, incluindo “Arte na Natureza” e “Conflito e Coexistência”, bem como o “Grande Prêmio”.

    “Um programa de educação”

    A missão abrangente da AWF é garantir que a vida selvagem e as terras selvagens prosperem na África moderna, por meio de vários programas comunitários e de conservação. Mas há alguns desafios que a organização identificou para atingir esse objetivo. Para Sebunya, o principal obstáculo é a “liderança limitada e propriedade dos africanos no setor de conservação”.

    Para muitos africanos, a natureza não é apenas algo para ser visto e admirado, disse ele: “Quando as pessoas aqui veem elefantes, eles veem de fato suas plantações sendo destruídas e pessoas sendo mortas”.

    Um benefício dos prêmios de fotografia é mostrar os animais e a natureza aos africanos sob uma luz diferente e positiva. No ano passado, a galeria de fotos fez uma turnê por vários países da África, e a AWF relatou recepções positivas entre a população local. “É mais do que uma foto, é um programa de educação”, disse Sebunya.

    Flamingos são fotografados no Lago Solai, no Quênia / Paul Mckenzie / Mkapa Awards

    Ele também ficou satisfeito em ver muitos mais africanos participando do concurso deste ano, embora gostaria de mais envolvimento da geração mais jovem do continente. Para isso, a AWF está trabalhando para melhorar o acesso dos jovens a parques e equipamentos de câmera, para que mais pessoas tenham os meios para participar do concurso no futuro.

    Mas os benefícios do Benjamin Mkapa African Wildlife Photography Awards são duplos – não apenas mostra a vida selvagem africana para as pessoas que vivem lá, mas também para a população global. De acordo com Sebunya, a competição ajuda a desencadear discussões internacionais sobre conservação, promoção do turismo e doações.

    A próxima geração

    Uma imagem, que ganhou a categoria “Creative Digital” este ano, mostra um bebê pangolim órfão de barriga branca enrolado nas palmas das mãos abertas de seu cuidador. A fotógrafa sul-africana, Prelena Soma Owen, disse que seu objetivo com a foto era colocar luz sobre as espécies ameaçadas de extinção.

    Crescida em meio ao apartheid, Soma Owen não tinha permissão para visitar parques de conservação quando criança. Agora ela quer mostrar às pessoas, especialmente às crianças, imagens marcantes da vida selvagem africana.

    “Muitas crianças na África não têm recursos ou oportunidades para ir a parques de conservação e ver animais de perto, e é por isso que a fotografia é tão importante”, disse ela, acrescentando que a geração mais jovem será vital em termos de conservação, já que 40% do continente tem 15 anos ou menos.

    Um pangolim órfão de três meses de idade é fotografado durante sua alimentação matinal em um abrigo de animais em Lagos, Nigéria. / Prelena Soma Owen / Mkapa Awards

    Soma Owen fez trabalho voluntário, ensinando crianças a fotografar a vida selvagem, e disse que viu em primeira mão o impacto que isso pode ter. “Em menos de dois meses de aula, crianças de cerca de onze anos mudaram a forma de pensar sobre conservação” e estão trazendo esse conhecimento de volta para suas comunidades, disse ela.

    Ela acredita que a fotografia é uma ferramenta mais útil do que as estatísticas para essas comunidades, pois lhes dá algo tangível que eles podem entender completamente.

    Mudando a narrativa

    Guarda-florestal cuida de um elefante órfão no Santuário de Elefantes de Reteti, no Quênia / Anthony Onyango / Mkapa Awards

    O fotógrafo queniano Anthony Ochieng Onyango venceu a categoria “Heróis da Conservação” com uma imagem delicada da tromba de um elefante acariciando a cabeça de uma guarda florestal. Ele também acredita que a fotografia pode ter um efeito positivo na conservação, ampliando a maneira como as pessoas pensam sobre a vida selvagem.

    “A maioria das imagens de guardas florestais na África são sempre com guardas armados. Quero mostrar a conexão pessoal que guardas florestais têm com a vida selvagem”, disse. “Para mim, os guardas florestais são minhas irmãs, irmãos, pais e mães, e merecem muito respeito por seu apoio à vida selvagem”.

    A AWF pretende adicionar novas categorias no próximo ano, com foco no impacto das mudanças climáticas na natureza.

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