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    Fotógrafo captura impacto humano na natureza e mudança climática

    Kevin Cooley passou a última década captando imagens de fogo – tanto de incêndios selvagens como controlados

    Michelle Cohanda CNN

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    O fogo tem desempenhado um papel crucial na humanidade há milênios. Ele nos permitiu cozinhar, construir e nos manter aquecidos.

    Mas este elemento essencial também é causa de grande destruição — como prova o aumento dos incêndios florestais em todo o mundo, que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente atribui às mudanças climáticas.

    Uma testemunha – e documentador – desta tendência é o artista multimídia Kevin Cooley, morador de Los Angeles, que passou a última década captando imagens de fogo – tanto de incêndios selvagens como controlados.

    “Eu fotografo esse tipo de desastres e tento torná-los quase bonitos”, disse Cooley. “É assim que você pode chamar a atenção para eles.”

    O trabalho de Cooley visa destacar a nossa relação com o meio ambiente, bem como os efeitos das mudanças climáticas. Ele fotografou os incêndios florestais bem perto de sua porta na Califórnia que quase destruíram sua casa, um vazamento de águas residuais no Colorado e o declínio dos reservatórios de água no Arizona.

    “É a natureza, não estamos no controle dela tanto quanto gostamos de pensar que estamos”, disse ele. E acrescentou que espera que seu trabalho possa “nos ajudar a pensar mais sobre seu poder, sua beleza e como podemos respeitar isto”.

    Cooley se concentra principalmente nos elementos – terra, vento, água e fogo – que ele aprimora com uma fonte de luz que ele mesmo apresenta de forma ativa ou passiva através de objetos como aviões voando pelo céu, disse ele.

    A luz, ele acredita, dá uma certa importância à banalidade dos objetos e situações, “destacando coisas que de outra forma passariam despercebidas no dia a dia”, acrescentou.

    Captando o poder da natureza

    “Tenho trabalhado com luz nos últimos 25 anos de diversas maneiras”, disse Cooley, incluindo o uso de lasers, lanternas, fogos de artifício, flashes antigos, sinalizadores e até mesmo nuvens de fumaça.

    Em sua série de fotos “Controlled Burns” (em português, “Incêndios controlados”), Cooley usou luzes estroboscópicas para congelar o movimento da fumaça pirotécnica e transformá-la em esculturas ameaçadoras.

    As fotografias são uma declaração visual sobre “nosso desejo de controlar a natureza”.

    Mas ultimamente Cooley tem se sentido atraído por um elemento diferente, com riscos menores.

    “Em 2021, no Caldor Fire [incêndio florestal de grandes proporções na Califórnia], tive uma experiência muito angustiante e meio que decidi que talvez não devesse fotografar tanto o fogo e que estava ficando um pouco desgastante estar sempre perto da fumaça”, ele explicou.

    Ao mesmo tempo, a Califórnia estava no meio de uma seca extrema, o que despertou seu interesse em fotografar a água.

    Usando lanternas, luzes estroboscópicas e até drones, Cooley tira fotos de longa exposição do oceano que iluminam as marés e o fluxo e refluxo da corrente, disse ele.

    “Li recentemente que dois terços das praias da Califórnia vão desaparecer, e essa é parte da razão pela qual estou querendo fazer este projeto sobre as ondas”, disse ele. “Para chamar a atenção para isso.”

    Cooley vê o oceano como um aliado na luta contra as alterações climáticas – citando o seu poder como sumidouro de carbono e fonte de energia que pode provir do movimento das ondas.

    “Temos que aproveitar [a natureza] de uma forma que possamos encontrar um bom equilíbrio entre o que precisamos como humanos e também o que o planeta pode tolerar”, disse ele. “Para garantir que haverá espaço para as gerações futuras.”

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