Consciente ou cético: estudo traça perfis sobre a sensação de fim do mundo
Estudo "Quem É Você na Fila do Fim do Mundo?" ouviu mais de 4 mil jovens para se aprofundar em suas perspectivas sobre o futuro
Um novo estudo, divulgado nesta sexta-feira (7), traçou nove perfis comportamentais atuais relacionados às diferentes perspectivas que os jovens têm sobre a sensação do fim do mundo. O levantamento foi realizado pela consultoria de inovação e design Questtonó, parte do ecossistema QN.CO.
Pautado pelas crises climáticas globais e pelos impactos da inteligência artificial e como isso interfere nas suas ações, escolhas, expectativas e angústias sobre o futuro, o estudo “Quem É Você na Fila do Fim do Mundo?” ouviu mais de 4 mil jovens brasileiros com idades entre 18 e 34 anos.
Diante do contexto atual, os entrevistados demonstraram cinco tensões em relação ao futuro do planeta:
- Mesmo pessimista, o jovem não deixa de fazer sua parte. O jovem entende que suas ações individuais podem contribuir positivamente para enfrentar os desafios, mesmo que o panorama geral pareça desanimador.
- Minha ação é individual, mas sei que a preocupação precisa ser coletiva. As ações do jovem brasileiro ainda são mais voltadas para a esfera individual, embora reconheça a força da ação coletiva como um agente transformador para um futuro positivo.
- Apesar de enxergar diferentes fatores que irão impactar o meu futuro, o aquecimento global é o que mais me preocupa. Essa tensão destaca a urgência de priorizar o desafio do
aquecimento global sem deixar de dar atenção aos demais eventos importantes para o futuro do planeta. - Muitos jovens possuem descrença no futuro, mas mantêm a fé na ciência e na inteligência artificial e 50,6% consideram a IA positiva.
- Embora as empresas não sejam consideradas os principais e únicos agentes de mudança, o papel dessas organizações na construção de um futuro sustentável é fundamental na opinião do jovem. Isso quer dizer que o jovem espera ações sustentáveis das empresas, embora não as considere as únicas responsáveis.
A partir disso, ao questionar qual é o lugar do jovem na “fila do futuro do planeta”, o estudo concluiu que existem nove perfis comportamentais que, embora compartilhem semelhanças, também revelam diferenças individuais em abordagens e perspectivas. Veja quais são eles:
- Consciente: o perfil que mais mudou de hábitos de consumo pensando no futuro do planeta. O consciente adota uma abordagem proativa para evitar um cenário negativo e 91% dos entrevistados já mudou algum hábito de consumo pensando no futuro do planeta.
- Religioso: apesar de colocar o futuro nas mãos de Deus, ainda é o perfil mais pessimista. Neste perfil, 83% dos jovens já mudaram de atitude pensando no futuro do planeta.
- Adaptativo: é o perfil que mais se preocupa com o aquecimento global, e por isso busca se adaptar às mudanças do planeta. 56,3% acreditam na coletividade como agente transformador para o futuro do planeta.
- Alienado Consciente: esse perfil prefere a alienação à testemunhar a realidade do planeta. 62,4% acreditam que os problemas de hoje vão se agravar muito e o planeta estará pior.
- Hedonista: com a maior presença dos jovens entre 18-34 anos, é o perfil que prioriza aproveitar a vida agora.
- Pragmático: perfil que prioriza resolver as dificuldades do dia a dia, sem tempo para se preocupar com o futuro.
- Investidor Individualista: perfil que pensa mais em si e por isso possui menos crença na coletividade como agente transformador.
- Engajado: perfil mais otimista em relação ao futuro do planeta. 26% acreditam que os problemas de hoje serão resolvidos e o planeta será melhor.
- Cético: é o perfil que menos se preocupa com o futuro e que menos mudou hábitos de consumo. 43,3% nunca mudaram um hábito de consumo pensando no futuro do planeta.
O estudo ainda apresentou algumas perspectivas para ajudar a entender o papel da inovação e das empresas no futuro. Além disso, a pesquisa reforça o quão crucial é que as marcas promovam otimismo e inovação, buscando transformar desafios em oportunidades sustentáveis.