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    Bolshoi cancela apresentações de diretores que se manifestaram contra guerra

    Companhia russa não deu explicações sobre o cancelamento de uma ópera e um balé, causando indignação entre fãs e espectadores

    Maria Ponnezhathda Reuters , da Reuters

    O Teatro Bolshoi, da Rússia, frustrou os fãs de ópera e balé ao cancelar abruptamente uma série de apresentações nesta semana de diretores que se manifestaram contra a Guerra na Ucrânia.

    O teatro não deu nenhuma razão para cancelar a produção de Timofey Kuliabin da ópera “Don Pasquale” e o balé “Nureyev”, de Kirill Serebrennikov.

    Kuliabin usou sua conta no Instagram para expressar solidariedade à Ucrânia e ridicularizar a descrição da Rússia de suas ações lá. Em uma publicação, ele mostrou uma versão simulada da capa de “Guerra e Paz”, de Leo Tolstoi, substituindo a primeira palavra do título por “Operação Especial” – termo usado pelo Kremlin para descrever a invasão.

    Serebrennikov disse ao canal “France 24” em uma entrevista no mês passado que “é bastante óbvio que a Rússia começou a guerra”, e que isso estava partindo seu coração.

    “É guerra, está matando pessoas, é a pior coisa que pode acontecer com a civilização, com a humanidade… É uma catástrofe humanitária, são rios de sangue”, afirmou ele.

    Ambos os diretores estão atualmente fora da Rússia.

    Diretor de teatro russo Kirill Serebrennikov comparece a audiência em tribunal de Moscou / 26/06/2020 REUTERS/Maxim Shemetov

    A substituição das duas apresentações por “O Barbeiro de Sevilha” e “Spartacus”, dois clássicos de longa data do repertório do Bolshoi, atraiu centenas de comentários online, principalmente críticos de compradores de ingressos. Muitos exigiram em vão saber o motivo.

    “Que desrespeito aos espectadores e artistas!”, escreveu uma mulher, Valeria, no Telegram do Bolshoi.

    Houve indignação particular com o cancelamento de “Nureyev”, de Serebrennikov, uma produção controversa que estreou no Bolshoi em 2017. A história do dançarino Rudolf Nureyev, que desertou para o Ocidente em 1961, inclui uma cena afetuosa com seu amante gay que testou a tolerância do Kremlin para o que chama de “propaganda homossexual”.

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