As “piscinas marinhas” de água salgada mais impressionantes do mundo
Livro que será lançado em agosto destaca as 66 piscinas projetadas em costas de todo o mundo que funcionam como refúgios para aqueles que gostam de nadar no mar
Encontradas nas costas de todo o mundo, as “piscinas marinhas” artificiais são projetadas para oferecer aos nadadores um refúgio seguro dos perigos das águas agitadas e das correntes imprevisíveis.
Desde a “Avalon Rock Pool”, de 25 metros, na praia da Austrália até a “Mermaid Pool” na Cornualha, no Reino Unido, elas podem fornecer um sereno oásis de água salgada em um cenário com belas ondas do mar.
Para o autor londrino e entusiasta da natação ao ar livre Chris Romer-Lee, cujo novo livro apresenta fotografias de mais de 60 piscinas marinhas impressionantes, o apelo não é apenas estético – ele se sente atraído pela sensação de segurança que elas fornecem.
“As fotos de que gosto particularmente são aquelas (tiradas) em dias de tempestade, onde você realmente tem a sensação de estar em meio à natureza”, disse ele à CNN.
Seu livro, que inclui ensaios de designers e outros nadadores ao ar livre, apresenta uma variedade de piscinas em todo o mundo e também se aprofunda na arquitetura e história das piscinas marinhas, a partir do século 19.
Projeto paixão
O fascínio de Romer-Lee pelas piscinas marinhas surgiu durante as férias em família na Suíça há uma década. Inspirado por sua experiência nadando no Lago de Zurique – onde encontrou o Zürichsee Kreisel, uma instalação de natação construída ao longo do lago e do rio Limmat – ele fundou a Thames Baths, uma organização que faz campanha para construir uma piscina flutuante no rio Tâmisa de Londres.
O Studio Octopi, o escritório de arquitetura que ele cofundou, também canaliza sua paixão, tendo restaurado piscinas naturais na Escócia e projetado uma piscina de água salgada em Cumbria nos últimos anos.
Para pesquisar seu livro, Romer-Lee passou “horas e horas” no Google Maps, examinando litorais em todo o mundo para localizar os melhores exemplos de piscinas marinhas. “Essa foi a maneira mais produtiva de encontrá-las”, disse.
Ele então abordou, via Instagram, fotógrafos que já haviam fotografado os locais. Muitos deles eram pessoas locais, e Romer-Lee disse que “gostou da ideia de dar alguma exposição a fotógrafos menos conhecidos ou iniciantes”.
As imagens resultantes revelam uma incrível mistura de formas, desde a calma Belmullet Tidal Pool, na Irlanda, que é descrita no livro como “mais parecida com uma instalação de arte”, até as rochosas Piscinas Naturais de Porto Moniz, em Portugal, que se originaram do resfriamento e solidificação da lava vulcânica da ilha da Madeira ao longo de milhares de anos. Em 1940, as piscinas fragmentadas foram consolidadas em uma única entidade com a construção de um paredão de concreto.
A cor e a composição das fotos muitas vezes aumentam a sensação de admiração – como as imagens de Pozo De Las Calcosas, nas Ilhas Canárias, na Espanha, uma piscina fora do comum, acessada por um caminho sinuoso de paralelepípedos vulcânicos, cujas águas brilham contra o litoral irregular e escuro.
“As cores são simplesmente imensas”, disse Romer-Lee. “Você tem a água furiosa do Atlântico lavando esta costa vulcânica, e a piscina acabou de sair do campo de lava. Então você tem essa cor verde-azulada plana, limpa e incrível da piscina de maré”.
Enquanto isso, a piscina de maré de Salt Rock, na província de KwaZulu-Natal, na África do Sul, é mostrada com a espuma branca produzida por ondas fortes que atingem e quebram nas rochas vizinhas. “É completamente tranquilo e calmo”, disse o autor. “Você não conseguiria entrar no mar nessas condições, e é exatamente por isso que eles construíram essas piscinas”.
As Trinkie e North Baths na Escócia estão, ao lado de Lewinnick Cove House Pool e Lady Basset’s Baths na Cornualha, também entre as favoritas de Romer-Lee no livro. Todas foram registradas no frio janeiro, com a neve conferindo a uma das fotos uma atmosfera especialmente marcante.
“Tesouros” naturais
Em outros lugares, o livro destaca a engenharia ambiciosa e os designs “maravilhosamente extravagantes e excessivos”, como o Wooley’s Pool na Cidade do Cabo, África do Sul, com suas rochas pintadas de branco. A tinta de zinco branco evita que as rochas se tornem escorregadias, ao mesmo tempo em que lhes dá uma aparência impressionante e esteticamente agradável.
Mas Romer-Lee também expressou preocupação de que a tinta possa impedir que as algas se prendam às rochas, afetando assim o ecossistema. “Uma boa piscina é aquela que tem homem e animais vivendo em harmonia”, disse ele.
Com piscinas cobertas aquecidas fechando em todo o Reino Unido e em outros lugares, em meio ao aumento dos preços da energia, a natação ao ar livre parece estar ressurgindo, disse Romer-Lee, que passa todas as manhãs nadando no Serpentine Lake ao ar livre no Hyde Park de Londres.
Ele espera que seu livro possa chamar a atenção para as muitas piscinas acessíveis, seguras, mas muitas vezes negligenciadas, encontradas nas costas ao redor do mundo.
“Não vamos esquecer esses tesouros e o que eles fazem por nós, e respeitá-los como fazemos com o resto do mar”, disse ele. “Há algo realmente importante sobre essas piscinas dentro do léxico de natação mais amplo”.
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“Sea Pools: 66 Saltwater Sanctuaries From Around the World”, publicado pela Batsford, estará disponível em 3 de agosto.