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    Artista Damien Hirst queimará obras de arte suas durante nova exposição

    Pinturas foram vendidas em NFT e britânico perguntou aos novos proprietários se eles preferem o NFT ou a obra física; objetivo é discutir "quando a arte muda e se torna uma moeda, e quando a moeda se torna arte"

    Anny Shawda CNN

    Era um projeto destinado a explodir em uma nuvem de fumaça – pelo menos parte dele. E agora o artista britânico Damien Hirst anunciou que queimará milhares de suas pinturas em sua galeria de Londres como parte de seu novo projeto NFT, intitulado “The Currency”.

    A partir de 9 de setembro, os visitantes do museu privado de Hirst, Newport Street Gallery, terão a chance de ver algumas das 10.000 pinturas a óleo em papel que o artista criou em 2016 e depois vinculou aos NFTs correspondentes em 2021.

    Os compradores que compraram uma das 10.000 NFTs por US$ 2.000 cada foram solicitados a escolher entre mantê-la ou trocá-la pelo trabalho físico.

    Se for a primeira opção, a pintura será exposta antes de ser queimada. As obras devem ser destruídas diariamente durante a exibição, culminando em um evento de encerramento durante a Frieze Week em outubro, quando as pinturas restantes serão incendiadas.

    No momento da publicação desta matéria, e com menos de um dia para decidir, 4.751 pessoas haviam trocado suas NFTs por uma obra física, contra 5.249 que preferiram reter suas NFTs.

    Descrevendo o projeto como “de longe o mais emocionante”, Hirst disse ao “The Art Newspaper” em março, que “toca na ideia de arte como moeda e reserva de riqueza”. Ele acrescentou: “Este projeto explora os limites da arte e da moeda – quando a arte muda e se torna uma moeda, e quando a moeda se torna arte. Não é coincidência que os governos usem arte em moedas e notas. Eles fazem isso para nos ajudar a acreditar em dinheiro. Sem arte, é difícil acreditar em qualquer coisa.”

    “Quando a arte muda e se torna uma moeda, e quando a moeda se torna arte”, discute Damien Hirst/ Cortesia Prudence Cuming Associates Ltd.

    Claro, Hirst tem usado o mercado como seu meio por décadas. Em 2007, ele fez “For the Love of God”, uma escultura que consiste em um molde de platina de um crânio humano do século 18 incrustado com 8.601 diamantes.

    Em um movimento que antecedeu a tendência atual de tokenização da arte, o trabalho foi vendido em agosto de 2007 (por £ 50 milhões, depois cerca de US$ 100 milhões, segundo Hirst) para um consórcio que incluía o próprio artista.

    Em 2008, durante a semana em que o Lehman Brothers quebrou e a economia global entrou em colapso, Hirst vendeu 218 obras diretamente de seu estúdio através da casa de leilões Sotheby’s por £ 111 milhões (na época mais de US$ 200 milhões). O evento não apenas foi sem precedentes em sua escala e ambição, mas também eliminou o intermediário da galeria – e, finalmente, inundou o mercado de Hirst, que nunca se recuperou verdadeiramente.

    Quanto a “The Currency”, o mercado de NFT que lidou com a venda inicial, Heni, está produzindo um relatório mensal analisando a compra e venda de NFTs de Hirst no mercado secundário, que caiu drasticamente de valor desde o início do projeto e à medida que as criptomoedas caíram.

    O primeiro relatório observa como, entre 30 de julho e 31 de agosto de 2021, houve 2.036 vendas de “The Currency”, totalizando US$ 47,9 milhões. Enquanto isso, em junho deste ano, apenas 170 vendas ocorreram, totalizando US$ 1,4 milhão.

    A revenda de obras físicas parece estar se saindo melhor. Em janeiro, uma das pinturas originais foi vendida na casa de leilões Phillips em Londres por £ 18.900 (US$ 23.000).

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