Zona de exclusão aérea levaria a guerra generalizada com Otan, diz especialista
De acordo com professor de relações internacionais da USP, intervenção aérea da Otan poderia implicar em ataques diretos entre a organização e a Rússia
O professor de relações internacionais da Universidade de São Paulo (USP) Felipe Loureiro classifica como “delicado” o pedido da Ucrânia de criar uma zona de exclusão aérea sobre o seu território –estratégia que já foi negada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Isto porque o envolvimento da organização militar liderada pelos Estados Unidos poderia facilmente se desdobrar em uma guerra mais ampla e direta entre a Rússia e os países ocidentais que formam a aliança.
“Garantir uma zona de exclusão aérea de fato significa que a Otan precisaria colocar aviões seus para circular no espaço aéreo, e, se eles encontrarem um avião russo, por exemplo, violando aquela zona de exclusão, vão ter que fazer um combate com esse avião”, explicou o professor, que falou à CNN na noite deste domingo (6).
“E eu diria que não seria só combate aéreo, porque, para garantir a segurança de seus aviões, a Otan também teria que atacar as próprias estruturas antiaéreas que a Rússia tem no chão. O perigo disso escalar para uma guerra generalizada entre Rússia e Otan é muito significativo”, acrescentou.
(Assista à entrevista no vídeo acima)
Uma semana de guerra: veja 10 imagens que marcaram invasão russa à Ucrânia
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Na quinta-feira (24), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um pronunciamento televisionado no qual autorizava uma "operação militar especial" na Ucrânia. Putin disse que o objetivo era proteger população de regiões separatistas. • Reprodução/Russia 24
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Poucas horas após pronunciamento de Putin, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades da Ucrânia, segundo relatos de repórteres da CNN. A imagem de uma explosão em Kiev divulgada pelo Gabinete do Presidente da Ucrânia foi um dos primeiros retratos da invasão russa no país. • Gabinete do Presidente da Ucrânia
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Já pela manhã de quinta-feira, gigantescas filas de carro se formaram com pessoas tentando sair da capital ucraniana Kiev. • Getty Images
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Após o início da guerra, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convocou os cidadãos para luta armada e pediu doações de sangue para os militares feridos. • CNN / Reprodução
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Os metrôs ucranianos se transformaram em verdadeiros bunkers improvisados, para servir de abrigo antibombas. Na foto, o metrô de Kharkiv, segunda maior cidade do país. • CNN
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A CNN relatou que infraestrutura civil ucraniana foi afetada pela guerra. Na imagem, uma criança brinca no parquinho do lado de fora de um prédio residencial de Kiev atingido por uma explosão. • Anadolu Agency via Getty Images
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Pessoas são fotografadas em posto de controle entre Ucrânia e Eslováquia. A ONU estima que mais de 800 mil refugiados fugiram pela fronteira oeste do país. • Future Publishing via Getty Imag
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Protestos contra a guerra na Ucrânia foram registrados em várias partes do mundo. Na foto, mais de 100 mil manifestantes foram às ruas de Berlim pedindo o fim da invasão russa. • Getty Images
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Delegações diplomáticas de Rússia e Ucrânia se encontraram, no quinto dia de guerra (28), na região da fronteira com Belarus. Primeira negociação por cessar-fogo terminou sem acordo. Segunda reunião deve acontecer nesta quarta (2). • Alexander Kryazhev/POOL/TASS via
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Kharkiv foi alvo de alguns dos piores ataques aéreos durante a guerra. Na terça-feira (1º), pelo menos 10 pessoas morreram e 35 ficaram feridas em ataques com foguetes das forças russas no centro da cidade, segundo o Ministério do Interior ucraniano. • Anadolu Agency via Getty Images