Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em 5 de outubro de 2021, em Kiev • UKRAINIAN PRESIDENCY/Anadolu Agency via Getty Images
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Embora o presidente russo Vladimir Putin esteja em evidência – já que foi quem promoveu a invasão à Ucrânia – para responder sobre eventuais crimes de guerra, a professora de direito internacional e comparado da USP (Universidade de São Paulo), Maristela Basso, disse que o mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky, também deve ser alvo de tribunais penais internacionais.
Em entrevista à CNN Rádio, ela explicou que, a partir do momento em que há uma guerra em andamento, novas regras do direito internacional entram em vigor. “Embora não proíba o chamamento à população, ele é desincentivado.”
“Incitar o povo para lutar contra o inimigo quando o exército não é suficiente ou está perdendo, esse chamamento é suicídio, já que essa população não sabe usar os equipamentos ou manusear coquetéis molotov, ou algo do tipo”, defendeu.
Segundo Maristela, isso leva as pessoas a uma situação de risco maior do que seria se estivessem em fuga ou em busca de esconderijos. “Quando se tem falsa sensação de proteção, quando deveriam ir para um lugar seguro, na fala do chefe de governo, é muito arriscado”, completou.
Dessa forma, “provavelmente Zelensky será investigado, será um tribunal penal internacional de duas vias, vai investigar Putin e também Zelensky.”
A especialista ainda reforçou que o encontro entre representantes russos e ucranianos em busca de acordos, realizado na última quinta-feira (3), foi relevante. “Sempre são importantes as conversas, elas são fundamentais para fazer avançar em busca de qualquer processo de paz, ainda que demore, não é fácil entrar numa guerra, mas também não é fácil sair dela.”
Para Maristela Basso, o “direito internacional falhou, já que não foi capaz de evitar um conflito armado.”
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Na quinta-feira (24), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um pronunciamento televisionado no qual autorizava uma "operação militar especial" na Ucrânia. Putin disse que o objetivo era proteger população de regiões separatistas.
• Reprodução/Russia 24
Poucas horas após pronunciamento de Putin, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades da Ucrânia, segundo relatos de repórteres da CNN. A imagem de uma explosão em Kiev divulgada pelo Gabinete do Presidente da Ucrânia foi um dos primeiros retratos da invasão russa no país.
• Gabinete do Presidente da Ucrânia
Já pela manhã de quinta-feira, gigantescas filas de carro se formaram com pessoas tentando sair da capital ucraniana Kiev.
• Getty Images
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Após o início da guerra, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convocou os cidadãos para luta armada e pediu doações de sangue para os militares feridos.
• CNN / Reprodução
Os metrôs ucranianos se transformaram em verdadeiros bunkers improvisados, para servir de abrigo antibombas. Na foto, o metrô de Kharkiv, segunda maior cidade do país.
• CNN
A CNN relatou que infraestrutura civil ucraniana foi afetada pela guerra. Na imagem, uma criança brinca no parquinho do lado de fora de um prédio residencial de Kiev atingido por uma explosão.
• Anadolu Agency via Getty Images
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Pessoas são fotografadas em posto de controle entre Ucrânia e Eslováquia. A ONU estima que mais de 800 mil refugiados fugiram pela fronteira oeste do país.
• Future Publishing via Getty Imag
Protestos contra a guerra na Ucrânia foram registrados em várias partes do mundo. Na foto, mais de 100 mil manifestantes foram às ruas de Berlim pedindo o fim da invasão russa.
• Getty Images
Delegações diplomáticas de Rússia e Ucrânia se encontraram, no quinto dia de guerra (28), na região da fronteira com Belarus. Primeira negociação por cessar-fogo terminou sem acordo. Segunda reunião deve acontecer nesta quarta (2).
• Alexander Kryazhev/POOL/TASS via
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Kharkiv foi alvo de alguns dos piores ataques aéreos durante a guerra. Na terça-feira (1º), pelo menos 10 pessoas morreram e 35 ficaram feridas em ataques com foguetes das forças russas no centro da cidade, segundo o Ministério do Interior ucraniano.
• Anadolu Agency via Getty Images