Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Zelensky recebe apoio da Otan e boas-vindas de multidão na Lituânia

    Falando para milhares de pessoas em palco decorado com azul e amarelo, presidente ucraniano pressionou a aliança por posição mais clara sobre adesão da Ucrânia

    Zelensky dirigiu-se a milhares na Praça Lukiskes em Vilnius, capital da Lituânia, em 11 de julho de 2023.
    Zelensky dirigiu-se a milhares na Praça Lukiskes em Vilnius, capital da Lituânia, em 11 de julho de 2023. Odd Anderson/AFP via Getty Images

    Christian Edwardsda CNN

    Participando de uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Vilnius, capital da Lituânia, na terça-feira (11), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, obteve grande apoio de uma multidão de fãs e algumas concessões dos líderes da aliança – mas nenhum cronograma claro sobre quando a Ucrânia poderia se juntar ao grupo.

    Zelensky sinalizou antes da reunião que queria que a Otan se comprometesse com um cronograma concreto para a adesão da Ucrânia, alertando que não fazê-lo poderia tornar a adesão do país uma moeda de troca em futuras negociações com a Rússia.

    Mas embora os aliados da Ucrânia na Otan tenham reafirmado seu apoio à candidatura de Kiev à adesão, eles permaneceram vagos sobre o momento.

    “O futuro da Ucrânia está na Otan”, declararam os líderes da aliança no comunicado final da cúpula. “Estaremos em posição de estender um convite à Ucrânia para se juntar à aliança quando os aliados concordarem e as condições forem atendidas.”

    A Ucrânia ganhou uma grande concessão na cúpula, pois a Otan concordou em agilizar o processo de adesão removendo um obstáculo importante para a Ucrânia.

    “[Nós] concordamos em remover a exigência de um Plano de Ação para Aumento de Sócios. Isso mudará o caminho de adesão da Ucrânia de um processo de duas etapas para um processo de uma etapa”, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltengberg, a repórteres na terça-feira.

    O Plano de Ação para a Adesão é um programa de reformas econômicas, de defesa e segurança pelas quais outros países admitidos recentemente tiveram que passar antes de ingressar na Otan.

    O processo pode ser oneroso e demorado e sua remoção pode agilizar significativamente a candidatura da Ucrânia à adesão, uma vez que ela seja formalmente convidada a se candidatar.

    Em meio à especulação sobre a potencial adesão da Ucrânia, Stoltenberg também enfatizou que “a tarefa mais urgente agora é garantir que a Ucrânia prevaleça, porque, a menos que ela o faça, não há questão de adesão a ser discutida”.

    Biden e Stoltenberg se reuniram na terça-feira para discutir as esperanças da Ucrânia de ingressar na Otan. Susan Walsh/AP

    Os aliados da Otan também reiteraram sua condenação das “violações flagrantes da Rússia do direito internacional, da Carta das Nações Unidas e dos compromissos e princípios da Osce [Organização para a Segurança e Cooperação na Europa]”.

    “Nós não reconhecemos e nunca reconheceremos as anexações ilegais e ilegítimas da Rússia, incluindo a Crimeia”, disse o comunicado.

    “Não pode haver impunidade para os crimes de guerra russos e outras atrocidades, como ataques contra civis e a destruição de infraestrutura civil que priva milhões de ucranianos de serviços humanos básicos”, continuou a declaração.

    Durante meses, Kiev tem pressionado pela adesão plena à Otan, mas muitos estados membros têm sérias dúvidas sobre a admissão da Ucrânia em suas fileiras, à medida que a invasão em grande escala da Rússia avança.

    O presidente dos EUA, Joe Biden, disse à CNN no domingo que a Ucrânia ainda não estava pronta para se juntar à aliança, dizendo que a guerra da Rússia na Ucrânia precisa terminar antes que a aliança considere atender aos pedidos de adesão de Kiev.

    “Não acho que haja unanimidade na Otan sobre trazer ou não a Ucrânia para a família da organização agora, neste momento, no meio de uma guerra”, disse Biden.

    “Estamos determinados a comprometer cada centímetro do território que é território da Otan. É um compromisso que todos nós assumimos, não importa o que aconteça. Se a guerra está acontecendo, então estamos todos em guerra. Estamos em guerra com a Rússia, se for esse o caso.”

    O secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, ecoou a posição dos EUA, dizendo que “não podemos ter um novo membro no meio de um conflito. Isso apenas importaria a guerra para a aliança.”

    No entanto, falando à CNN em Vilnius, Wallace disse que “assim que esse conflito terminar, devemos estar preparados o mais rápido possível para trazer a Ucrânia para a Otan”.

    Encontrando as palavras certas

    O secretário-geral da Otan disse na terça-feira que estava “confiante” de que a cúpula enviaria “uma mensagem positiva e forte” sobre o caminho da Ucrânia para a adesão.

    Falando ao lado de Stoltenberg, Biden disse que os membros da Otan estão trabalhando para “acordar sobre a linguagem” usada em torno das esperanças futuras da Ucrânia de ingressar na aliança.

    Zelensky, no entanto, momentos antes dos comentários de Biden, twittou que havia “recebido sinais de que certas palavras estão sendo discutidas sem a Ucrânia” e expressou consternação porque “as palavras são sobre o convite para se tornar membro da Otan, não sobre a adesão da Ucrânia”.

    “É sem precedentes e absurdo quando o prazo não é definido nem para o convite nem para a adesão da Ucrânia. Ao mesmo tempo, palavras vagas sobre ‘condições’ são adicionadas mesmo para convidar a Ucrânia. Parece que não há disposição nem para convidar a Ucrânia para a Otan nem para torná-la membro da Aliança”, disse Zelensky.

    “Incerteza é fraqueza. E vou discutir isso abertamente na cúpula.”

    Zelensky deve participar de reuniões com líderes da Otan nesta quarta-feira (12), incluindo uma discussão individual com Biden.

    Na noite de terça-feira, Zelensky fez um discurso na Praça Lukiskes em Vilnius – a poucos quilômetros da cúpula – onde foi apresentado a grandes multidões pelo presidente lituano Gitanas Nauseda.

    Falando para milhares de pessoas em um palco decorado com o azul e amarelo da bandeira ucraniana – sob uma enorme placa com a inscrição “#UkraineNATO33” [“#UcrâniaOtan33”] – Zelensky disse que estava participando da cúpula para buscar “garantia total” dos membros da Otan da decisão de que a Ucrânia “merece”, enquanto ele continuou a pressionar a aliança para fornecer clareza sobre quando seu país pode ingressar em suas fileiras.

    “A Otan dará segurança à Ucrânia. A Ucrânia tornará a Otan mais forte”, disse ele.

    A Lituânia foi o primeiro país a deixar a União Soviética, separando-se do bloco em março de 1990. A Praça Lukiskes já exibiu uma enorme estátua de Lenin – e grandes multidões se reuniram para comemorar sua remoção em 1991. Muitos no país mantêm um ódio visceral contra os russos – e receberam Zelensky como uma estrela do rock.

    “Nas ruínas de Bakhmut, em outros campos de batalha na Ucrânia, as ambições russas de ocupação foram destruídas, e as ambições russas permanecerão em ruínas”, disse ele, recebendo muitos aplausos da multidão.

    Ele disse que a bandeira ucraniana “ainda está viva e livre”, apesar de estar sob ataque.

    (Sugam Pokharel, da CNN, Niamh Kennedy, Lauren Kent, Catherine Nicholls, Chris Liakos e Radina Gigova contribuíram com reportagens)

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

    versão original