Zelensky: Exército da Ucrânia deverá dobrar de tamanho se não aderir à Otan
Estados Unidos pareceram descartar nesta semana filiação do país europeu à aliança militar ocidental
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o Exército de seu país precisará dobrar de tamanho se o pedido de filiação à Otan, a aliança militar ocidental, for negado.
“Se não tivermos a Otan, a Otan de verdade, faremos a Otan na Ucrânia. Isso significa que precisamos aumentar nossos soldados, nosso Exército duas vezes. Temos 110 brigadas. A Rússia tem 220 brigadas”, ressaltou Zelensky nesta sexta-feira (14) na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.
O presidente afirmou anteriormente que, embora o governo de Donald Trump não esteja pronto para falar sobre uma possível filiação da Ucrânia ao bloco militar, ela continua sendo a melhor garantia de segurança para o país.
A declaração de Zelensky é eita na mesma semana em que o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, aparentemente descartou que o país europeu se junte à aliança militar, destacando que isso não é realista.
“Os Estados Unidos não acreditam que a adesão da Ucrânia à Otan seja um resultado realista de um acordo negociado”, destacou Hegseth.
Trump concordou com o secretário e pontuou que não acha “prático” para a Ucrânia se juntar ao bloco. Além disso, afirmou que é improvável que o país recupere todo o seu território perdido para a Rússia.
Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.