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    Zelensky chama comandantes libertados em troca de prisioneiros de “super-heróis”

    Ação aconteceu na quarta-feira (21) e envolveu quase 300 pessoas

    Valentyn OgirenkoAziz El YaakoubiDavid Ljunggrenda Reuters

    O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou como “super-heróis” os comandantes ucranianos que foram libertados pela Rússia como parte de uma inesperada troca de prisioneiros envolvendo quase 300 pessoas. A ação incluiu, por exemplo, aqueles que lideraram a defesa de Mariupol e estrangeiros.

    Sob os termos do acordo, que a Turquia ajudou a intermediar, 215 ucranianos – a maioria dos quais foram capturados após a queda da cidade portuária – foram libertados na quarta-feira (21). Em troca, a Ucrânia enviou de volta 55 russos e ucranianos pró-Moscou.

    Dez estrangeiros também foram libertados após a mediação do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, que mantém laços estreitos com o presidente russo, Vladimir Putin.

    “Cinco super-heróis foram trocados por 55 daqueles que não merecem nem compaixão nem piedade”, disse Zelensky em um discurso.

    O momento e o tamanho da troca foram uma surpresa. No início do dia, Putin havia anunciado uma mobilização parcial de tropas na Rússia em uma aparente escalada do conflito. Além disso, separatistas pró-Rússia haviam dito no mês passado que os comandantes de Mariupol iriam a julgamento.

    Não houve comentários imediatos de Moscou sobre o acordo.

    Ucranianos aplaudiram a troca

    “Vivemos para os soldados. Eles são nosso orgulho, nossa glória, nossa alegria – nossos meninos. Só espero que todos possam ser libertados. E que nossa mãe-Ucrânia também seja libertada”, disse Tamara Herasymenko, de 55 anos, moradora de Kiev.

    Os cinco comandantes seniores liberados incluem o tenente-coronel Denys Prokopenko e seu vice, Svyatoslav Palamar, ambos do batalhão Azov, que fez grande parte dos combates em Mariupol e é respeitado na Ucrânia.

    Também estava no grupo Serhiy Volynsky, comandante da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais, que, em abril, publicou uma mensagem de vídeo de onde os combatentes estavam escondidos: bunkers sob as vastas siderúrgicas de Mariupol.

    “Este é o nosso apelo ao mundo. Pode ser o nosso último. Podemos ter apenas alguns dias ou horas restantes”, advertiu ele na época.

    Os três homens ajudaram a liderar a resistência de semanas antes que eles e centenas de combatentes Azov se rendessem, em maio, às forças apoiadas pela Rússia.
    Zelensky fez uma videochamada com os homens após sua libertação do cativeiro.

    Estrangeiros liberados

    Os cinco comandantes permanecerão na Turquia até o final da guerra, e Zelensky agradeceu ao presidente turco Tayyip Erdogan por sua ajuda após o que ele disse ter sido uma luta longa e difícil para garantir sua libertação.

    O Regimento Azov é insultado pelo Kremlin como neonazistas que odeiam a Rússia. O batalhão nega as alegações de fascismo, nazismo e racismo e diz que ucranianos de várias origens servem em Azov, que agora está totalmente integrado às forças armadas da Ucrânia.

    A eventual captura de Mariupol, no Mar de Azov, foi um grande prêmio estratégico para a Rússia, embora suas forças tenham reduzido a cidade portuária a um terreno baldio cheio de corpos após quase dois meses de cerco e bombardeio pesado.

    Isso significava que a Rússia tinha uma rota terrestre segura ligando a península da Crimeia, que Moscou anexou em 2014, com a Rússia continental e partes do leste da Ucrânia já dominadas por separatistas.

    Os estrangeiros libertados incluíam dois britânicos e um marroquino que haviam sido condenados à morte em junho, depois de serem capturados lutando pela Ucrânia. Também foram trocados outros três britânicos, dois americanos, um croata e um sueco.

    Entre os que deixaram a Ucrânia, estava Viktor Medvedchuk, líder de um partido pró-Rússia banido, que enfrentava acusações de traição.

    Riad negociou um acordo pelo qual os 10 estrangeiros foram levados para a Arábia Saudita.

    Os cidadãos norte-americanos libertados foram Alexander Drueke, de 39 anos, e Andy Huynh, de 27 anos, ambos do Alabama, que foram capturados em junho enquanto lutavam no leste do país.

    Os britânicos Aiden Aslin e Shaun Pinner e o marroquino Brahim Saadoun foram condenados à morte por um tribunal da autoproclamada República Popular de Donetsk.