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    Waack: Castillo foi um desastre de proporções dramatúrgicas

    Em menos de ano e meio tinha nomeado e destituído cinco ministérios, rompeu com antigos e novos aliados e jamais conseguiu criar qualquer base estável num Congresso no qual não tinha maioria

    William Waackda CNN

    Parecia um conto da riquíssima literatura peruana quando um professor de escolinha rural, Pedro Castillo, chegou ao poder.

    Eleito presidente do Peru longe das tradicionais elites peruanas, com um programa político tirado dos velhos manuais das revoltas populares latino americanas.

    Com seu sombrero campesino e segurando uma Bíblia, ele jurou realizar o sonho de toda essa literatura, a emancipação popular – senão uma revolução, ao mesmo tempo consertando as fraturas de um país profundamente dividido e polarizado.

    Castillo foi um desastre de proporções dramatúrgicas. Em menos de ano e meio tinha nomeado e destituído cinco ministérios, rompeu com antigos e novos aliados, jamais conseguiu criar qualquer base estável num Congresso no qual não tinha maioria. E meteu-se em escândalos de corrupção.

    E o Peru, já em forte crise econômica, entrou num ambiente de deriva política no qual 80% da população não confiavam nem no presidente, nem no Congresso.

    Mesmo ao redor do primeiro camponês a ser presidente do Peru, pouca gente acreditava que Castillo era a vítima de uma raiva conservadora.

    Ele foi vítima da própria incapacidade política, que culminou numa tosca tentativa de golpe de estado.

    A trajetória de Castillo o qualifica a virar personagem de uma dessas famosas novelas peruanas. Mas não chegou a sensibilizar um de seus mais destacados escritores, Mario Vargas Llosa. Castillo é simplesmente um analfabeto, fuzilou Llosa.

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