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    Waack: Brasil não tem plano para tirar Maduro do poder

    Lula pede, em termos gerais, o respeito à soberania do povo venezuelano; é exatamente isso que a ditadura chavista desrespeita há muitos anos

    William Waack

    O candidato da oposição na Venezuela, Edmundo González, se autoproclamou hoje presidente do país. O gesto é apenas simbólico e está longe de conseguir criar, neste momento, a dualidade de poder que poderia, eventualmente, ser o começo do fim da ditadura chavista naquele país.

    Até aqui, o governo não atendeu aos pedidos de várias partes do mundo, inclusive do Brasil, de publicar as atas oficiais da eleição que Maduro fraudou. O Brasil voltou a insistir hoje na “transparência” dos resultados — exatamente o que a ditadura de Maduro trata de evitar — e conclama as duas partes, ditadura e oposição, ao diálogo.

    É uma falsa equivalência. Quem agride, engana e frauda é a ditadura. Quem está sendo reprimida, perseguida e sufocada é a oposição. O governo brasileiro se sente respaldado por países como a França, entre outros, ao pedir que Maduro publique os resultados, mas sem dizer o que vai acontecer.

    Durante quase duas décadas, o PT e Lula se empenharam, inclusive com dinheiro do contribuinte brasileiro, para garantir a sobrevivência do chavismo e seus desatinos.

    Ao que tudo indica, essa cumplicidade não deu ao Brasil do Lula 3 qualquer alavanca sobre o comportamento de Maduro, nem a tentativa de criar uma espécie de “eixo” de esquerda com os governos da Colômbia e México.

    Não existe, porém, nenhum plano para tirar a ditadura do poder. Lula pede, em termos gerais, o respeito à soberania do povo venezuelano. É exatamente isso que a ditadura chavista desrespeita há muitos anos.

    O que Maduro — e aqueles que até aqui o apoiaram, como Lula — fariam de diferente agora?

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