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    Viúva de Navalny pede que UE não reconheça eleição da Rússia

    Pleito em que Vladimir Putin é favorito acontece no próximo mês; Yulia Navalnaya acusa o presidente russo de ordenado a morte de opositor

    Andrew OsbornGuy Faulconbridgeda Reuters , em Moscou

    Yulia Navalnaya, viúva do líder da oposição russa Alexei Navalny, pediu à União Europeia para não reconhecer as eleições de março na Rússia, que deve terminar com mais uma vitória do presidente Vladimir Putin.

    Navalnaya usou uma mensagem de vídeo do exterior na segunda-feira (19) para pedir aos apoiadores que se oponham a Putin com maior fúria do que nunca e libertem a Rússia do que ela caracterizou como uma elite corrupta de “bandidos de uniforme, ladrões e assassinos”.

    “Não reconheçam essas eleições”, disse Navalnaya aos ministros das Relações Exteriores da União Europeia em uma reunião em Bruxelas na segunda-feira (19), de acordo com uma transcrição fornecida nesta terça-feira (20) por uma porta-voz.

    “Um presidente que assassinou seu principal oponente político não pode ser legítimo por definição”, disse Navalnaya.

    Navalnaya acusou Putin de matar seu marido e disse que as evidências serão fornecidas em breve. Líderes ocidentais, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden, culparam Putin pela morte e alertaram sobre as consequências. Eles não deram provas.

    Putin ainda não comentou em público a morte de Navalny. O Kremlin negou envolvimento e disse que as alegações ocidentais de que Putin foi responsável são completamente inaceitáveis.

    Pesquisas de opinião mostram que Putin, de 71 anos, tem um índice de aprovação acima de 80% antes da eleição presidencial de 15 a 17 de março, na qual três candidatos menores o desafiam. Com o apoio total do Estado russo, da mídia estatal e quase nenhuma dissidência pública, ele certamente ganhará.

    Políticos da oposição dizem que a eleição apenas disfarça a realidade de uma ditadura corrupta. O Kremlin diz que Putin é de longe o político mais popular da Rússia.

    Mensagem em vídeo

    Navalny, de 47 anos, caiu inconsciente e morreu repentinamente na sexta-feira (16) depois de uma caminhada na colônia penal “Lobo Polar” acima do Círculo Ártico, onde ele estava cumprindo uma sentença de três décadas, segundo o serviço prisional.

    Três dias depois de sua morte, Navalnaya, mãe de dois filhos, alternou entre raiva e tristeza enquanto sinalizava em uma declaração em vídeo que ajudaria a liderar uma oposição para resistir a Putin, líder supremo da Rússia por mais de duas décadas.

    O Kremlin disse nesta terça-feira (20) que Putin não assistiu a sua declaração em vídeo.

    Navalnaya disse que a razão pela qual as autoridades ainda não entregaram o corpo de Navalny à sua mãe Lyudmila – que viajou para a colônia penal no fim de semana – foi porque estavam esperando por vestígios de um agente nervoso Novichok para deixar seu cadáver. Ela não forneceu nenhuma evidência para sua alegação.

    Os aliados de Navalny citaram um investigador russo dizendo que as autoridades precisariam de pelo menos 14 dias para realizar vários testes químicos em seu corpo e, portanto, não poderiam entregar seu cadáver ainda.

    Lyudmila Navalnaya, 69, pediu a Putin em uma mensagem de vídeo divulgada na terça-feira (20) para entregar o corpo de seu filho. “Deixe-me finalmente ver meu filho”, disse ela.

    Questionado sobre a alegação de Yulia Navalnaya de que Putin havia matado seu marido, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta terça-feira (20) que não poderia comentar as circunstâncias.

    “Deixamos isso sem comentários. Claro, estas são acusações absolutamente infundadas e desagradáveis contra o chefe do Estado russo. Mas dado que Yulia Navalnaya ficou viúva apenas alguns dias antes, não vou fazer comentários”.

    Peskov disse que a conversa de Navalnaya sobre um agente nervoso sendo usado contra o marido era infundada.

    “Não estou familiarizado com esta afirmação. Mas se continha tais palavras, não é nada além de acusações infundadas, porque elas não são apoiadas por nada, não confirmadas”, disse ele.

    Questionado sobre a polícia deter algumas pessoas que colocaram flores em monumentos em Moscou e outras cidades após a morte de Navalny, Peskov disse que a polícia agiu de acordo com a lei.

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