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    Visita de Putin a Mariupol desafia e provoca indignação na Ucrânia

    Imagens da visita à cidade ocupada pelas forças russas foram divulgadas dias após o Tribunal Penal Internacional emitir mandado de prisão contra o presidente russo; Kremlin diz que visita foi "espontânea"

    Sandi Sidhuda CNN*

    O presidente russo Vladimir Putin fez uma visita surpresa a Mariupol, cidade ocupada pela Rússia, em sua primeira visita ao território capturado por suas forças no conflito que já dura um ano.

    A visita foi um aparente ato de desafio, ocorrida poucos dias depois que o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra ele.

    E também provocou indignação da Ucrânia – o ministério da Defesa comparou Putin a um “ladrão” visitando “na calada da noite” – com a cidade tendo sido reduzida a ruínas pela ofensiva da Rússia.

    Putin foi levado para Mariupol de helicóptero e percorreu os distritos da cidade em um carro, mostraram imagens divulgadas pelas autoridades russas.

    O presidente russo é mostrado se encontrando residentes aparentemente surpresos. Putin diz a um homem que “precisamos começar a nos conhecer melhor”.

    O Kremlin insistiu que a visita foi “espontânea”. Não está claro quando ocorreu, embora no sábado (18) Putin tenha visitado a Crimeia para marcar o nono aniversário de sua anexação.

    Todas as imagens divulgadas da visita de Putin são após o anoitecer, uma possível maneira de as autoridades ocultarem os danos.

    A notícia da visita veio depois que o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão na sexta-feira (17) para Putin e a oficial russa Maria Lvova-Belova por um suposto esquema para deportar crianças ucranianas para a Rússia. Putin ainda não comentou sobre o mandado.

    A visita é particularmente provocativa para os ucranianos, já que Mariupol foi por muito tempo um símbolo de resistência que testemunhou alguns dos combates mais intensos desde que a Rússia lançou sua invasão.

    Durante a viagem, o Kremlin disse que Putin também examinou a costa de Mariupol, visitando um iate clube e um teatro.

    O vice-primeiro-ministro russo, Marat Khusnullin, que o acompanhava, falou em detalhes com Putin sobre “trabalhos de construção e restauração em andamento” na cidade.

    Vista aérea de prédios danificados por bombardeios em Mariupol / 24/04/2022 Azov/Divulgação via REUTERS

    No vídeo, Khusnullin diz a Putin: “Existe um plano para reconstruí-la até o final do terceiro ano. Planejamos que tenha um aeroporto totalmente funcional, capaz de fazer voos para todas as cidades da Rússia e do exterior”.

    O Kremlin acrescentou que Putin realizou uma reunião no posto de comando da operação militar especial, conforme a Rússia descreve a invasão, em Rostov-on-Don.

    Um conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Mykhailo Podolyak, falando sobre a visita de Putin, criticou o “cinismo” e a “falta de remorso”.

    “O criminoso sempre volta à cena do crime”, disse Podolyak no Twitter.

    Mariupol, uma cidade portuária no Mar de Azov, está localizada em Donetsk Oblast, na Ucrânia, e está sob controle direto da Rússia desde maio de 2022.

    Foi em Mariupol que as forças russas realizaram alguns de seus ataques mais notórios, incluindo um ataque a uma maternidade em março do ano passado e o bombardeio de um teatro que obrigou centenas de civis a buscar refúgio.

    Mariupol se tornou um símbolo da resistência ucraniana durante as semanas de ataques implacáveis da Rússia no ano passado. Famosamente, mesmo quando a maior parte da cidade havia sido tomada, seus defensores resistiram na usina siderúrgica Azovstal por semanas antes que a fortaleza finalmente caísse.

    Analistas de defesa disseram anteriormente à CNN que as forças russas tentaram destruir Mariupol para tornar a cidade “mais fácil de controlar”.

    Das 450 mil pessoas que viviam na cidade antes da guerra, mais de um terço já saiu de lá.

    *Com informações de Duarte Mendonca e Kostan Nechyporenko, da CNN.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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