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    Violência doméstica contra mulheres é “quase satânica”, diz papa Francisco

    Comentário foi um dos mais fortes já feitos pelo pontífice sobre essa forma de violência; segundo ele, número de mulheres que vivem em lares violentos é "muito, muito alto"

    Philip Pullellada Reuters

    O Papa Francisco disse que os homens que cometem violência contra as mulheres se envolvem em algo que é “quase satânico”.

    A fala do pontífice, um dos comentários mais fortes que já fez para condenar essa forma de violência, foi feita durante um programa transmitido na noite deste domingo (19) pela rede italiana TG5, no qual conversou com três mulheres e um homem – todos de origens difíceis.

    “O número de mulheres que são espancadas e abusadas em suas casas, até mesmo pelos maridos, é muito, muito alto”, disse Francisco em resposta a uma pergunta de uma mulher chamada Giovanna, vítima de violência doméstica.

    “O problema é que, para mim, é quase satânico porque é tirar vantagem de uma pessoa que não consegue se defender, que só consegue [tentar] bloquear os golpes”, disse.

    “É humilhante. Muito humilhante”, completou Francisco.

    Giovanna disse que tinha quatro filhos para cuidar depois que eles fugiram de um lar violento.

    Desde que a pandemia da Covid-19 começou há quase dois anos, Francisco falou várias vezes contra a violência doméstica, que aumentou em muitos países desde que as restrições deixaram muitas mulheres presas com seus agressores.

    Na Itália, dados policiais divulgados no mês passado mostraram que ocorrem cerca de 90 episódios de violência contra mulheres no país todos os dias – 62% foram casos de violência doméstica.

    Francisco disse que as mulheres espancadas e abusadas não perderam sua dignidade. “Vejo dignidade em você porque, se você não tivesse dignidade, não estaria aqui”, disse ele a Giovanna.

    Ele também ouviu uma mulher sem-teto falar sobre a vida na rua e um homem que tenta se recolocar na sociedade após 25 anos na prisão.

    Francisco montou serviços na área ao redor do Vaticano para dar assistência médica, banho e corte de cabelo aos desabrigados de Roma.

    Em 2020, quando um local próximo à Praça de São Pedro, que antes era um convento, ficou vazio, ele ordenou que fosse transformado em um abrigo para moradores de rua, rejeitando as sugestões de que fosse convertido em um hotel de luxo.

    (edição de William Maclean, da Reuters)

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