Venezuela tem 19 prisões por rede de corrupção, diz presidente da Assembleia Nacional
Investigação apura casos de corrupção administrativa e peculado em diferentes ramos do poder público
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, confirmou, nesta terça-feira (21) que 19 pessoas foram presas até agora no âmbito de uma investigação por uma suposta rede de corrupção administrativa e peculato em diferentes setores do poder público.
Rodríguez mencionou que entre as pessoas presas estão prefeitos, funcionários públicos e juízes, embora não tenha especificado seus nomes. O parlamentar avisou que tem a certeza de que faltam mais detenções, e pediu às comissões da Assembleia Nacional que revejam todas as leis contra a corrupção para as punições serem mais duras. Em sua opinião, as regras atuais “são muito leves”.
Por outro lado, pediu que investiguem a oposição venezuelana, após acusar seus membros de desvio de recursos e de “pedir bloqueios e sanções contra o país”.
Durante a sessão, parlamentares leram documento expedido pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) a pedido do deputado Diosdado Cabello, no qual se argumenta que no caso do parlamentar Hugbel Roa, preso nos últimos dias, há elementos a serem considerados que houve flagrante.
Os parlamentares aprovaram por unanimidade o levantamento da imunidade parlamentar de Roa.
Conforme explicou Rodríguez, de acordo com o estabelecido na declaração do TSJ, o processo neste caso não contemplaria um julgamento de mérito, mas deveria seguir seu curso na justiça ordinária por supostamente ter cometido atos de corrupção. A CNN tentou entrar em contato com a defesa de Roa para saber sua versão dessas acusações, mas até agora não obteve resposta.
Roa havia exercido o cargo de Ministro da Educação Superior e já havia sido deputado entre 2016-2021. Detalhes sobre as acusações específicas contra ele e a sentença que pode enfrentar são desconhecidos.
O Ministério Público informou neste domingo (19) em comunicado que diante as prisões realizadas pela Polícia Nacional Anti-Corrupção de um grupo de funcionários públicos, “iniciaram-se os trâmites pertinentes para o seu julgamento”, com a nomeação de procuradores especialistas em corrupção, crime organizado, direitos humanos e plena concorrência.
A Polícia Nacional Bolivariana comunicou no domingo sobre a prisão de vários funcionários, incluindo um juiz, reguladores e prefeitos.