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    Venezuela e Guiana concordam em continuar diálogo sobre disputa por Essequibo

    Presidentes se reuniram em São Vicente e Granadinas; Nicolás Maduro quer anexar a região

    Da CNN

    Após a reunião desta quinta-feira (14) em São Vicente e Granadinas, os governos da Venezuela e da Guiana concordaram em continuar o diálogo sobre a disputa pelo território de Essequibo.

    “A Venezuela e a Guiana manifestam a sua vontade de continuar o diálogo, para resolver a controvérsia em relação ao território de Essequibo”, informou a conta no X da Imprensa Presidencial Venezuelana.

    O acordo foi selado com um aperto de mão entre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente da Guiana, Irfaan Ali.

    Entenda a crise

    A Venezuela voltou a reivindicar o território de Essequibo, na fronteira entre os dois países, nos últimos anos após a descoberta de uma reserva com potencial para produção de cerca de 11 bilhões de barris de petróleo e gás offshore.

    A questão remonta uma disputa do século XIX. Em 1899, uma sentença arbitral de Paris concedeu ao Reino Unido a soberania sobre toda a área em disputa e deixou à Venezuela parte da terra próximo ao rio Orinoco, no sul. Na época, Guiana era uma colônia britânica.

    Quase um século depois, em 1962, a Venezuela denunciou a sentença perante a ONU e deixou claro que considerava a decisão nula e sem efeito.

    Em 1966, é assinado o Acordo de Genebra, no qual o Reino Unido reconhece que existe uma disputa por aquele território. Naquele mesmo ano, a Guiana alcançou a sua independência e iniciaram-se negociações diretas entre os dois países sobre a disputa territorial.

    Em setembro deste ano, a Assembleia Nacional da Venezuela convocou um referendo sobre a região de Essequibo.

    Antes da votação, o Tribunal Internacional de Justiça decidiu que o governo venezuela se abstenha de tomar qualquer tipo de ação que possa alterar a situação do território. No entanto, o Tribunal não impediu a realização do referendo.

    Resultado: o governo de Maduro disse que mais de 95% da população votou pela anexação do território, que compõe 70% da Guiana.

    Dias depois, o líder venezuelano anunciou a criação da zona de defesa integral da Guiana Essequibo e nomeou um general como “única autoridade” da área.

    O presidente da Guiana, Irfaan Ali, considerou a medida uma ameaça ao território e pediu por uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

    Equador apresentou, durante a reunião fechada nas Nações Unidas, um texto que pede que Venezuela e Guiana cheguem a uma solução pacífica para a disputa sobre o território de Essequibo e que haja respeito às regras do direito internacional.

    Sobre Essequibo

    A região, com mais de 160 mil metros quadrados, equivale a 70% do território da Guiana. A área tem uma população de mais de 125 mil pessoas. A língua oficial é o inglês, por se tratar de uma região que é ex-colônia britânica.

    Sendo uma região rica em recursos naturais, florestais e agrícolas, a principal fonte de renda de Essequibo é a extração de petróleo e as reservas de ouro.

    Seus habitantes obtêm recursos principalmente das florestas tropicais, das plantações de cana, dos campos de açúcar, de arroz e da pesca.

    Em 2015, a ExxonMobil descobriu petróleo na área reivindicada pela Venezuela. Desde então, a Guiana mostrou crescimento econômico significativo. Só em 2022, a economia do país cresceu 60%.

    Atualmente, o país produz cerca de 400 mil barris de petróleo e gás por dia.

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